Rangel desvaloriza ameaça de Putin e garante que Europa “não deve estar preocupada”

Ministro considera declarações do líder russo parte de uma estratégia de pressão, mas reforça necessidade de uma paz justa na Ucrânia

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esta quarta-feira que a Europa não deve encarar com alarme as declarações de Vladimir Putin, que na véspera disse que a Rússia estava preparada para uma guerra com o continente caso este a desencadeasse. Para o governante português, trata-se sobretudo de retórica destinada a pressionar a União Europeia pelo apoio contínuo à Ucrânia.

“Sinceramente, acho que sobre essa ameaça em concreto não devemos estar preocupados”, afirmou Rangel, à margem de uma reunião ministerial da NATO em Bruxelas. Ainda assim, advertiu que a ameaça russa não deve ser ignorada: “Temos de estar preocupados com a Rússia, por isso é que a paz na Ucrânia não deve ser conseguida a qualquer preço. Deve ser uma paz justa e duradoura, envolvendo os países da UE e da NATO no processo negocial quando chegar o momento.”

Na terça-feira, Vladimir Putin assegurou que Moscovo está “pronta imediatamente” para um conflito com a Europa se esta o iniciar, embora reiterando que tal não é o seu objetivo. As declarações surgiram antes de uma reunião com o enviado norte-americano Steve Witkoff, responsável pelas negociações para um eventual acordo de paz.

O Presidente russo acusou ainda países europeus, nomeadamente França, Alemanha e Reino Unido, de tentarem bloquear o processo de paz ao incluírem, no plano liderado pelos EUA, exigências que Moscovo considera “inadmissíveis”. Inicialmente contestada por Kiev e Bruxelas por favorecer a Rússia, a proposta norte-americana foi depois revista em negociações bilaterais com a Ucrânia.

O conflito iniciado com a invasão russa em fevereiro de 2022 continua a motivar esforços diplomáticos, mas as posições entre Moscovo, Kiev e os parceiros ocidentais permanecem distantes.

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