O Parlamento Europeu aprovou novas regras para aumentar reciclagem e reduzir a deposição em aterro, na União Europeia. A reciclagem de resíduos urbanos terá de aumentar dos atuais 44% para 65% até 2035, segundo a nova legislação aprovada esta quarta-feira.
Cada português coloca, por ano, no lixo comum dois quilos de resíduos contaminados com sangue ou substâncias perigosas. O alerta é da associação ambientalista da Quercus.
De acordo com um levantamento feito pela Quercus para avaliar o destino final para 56 tipos de resíduos de origem doméstica, “estão a ser colocados nos ecopontos e contentores urbanos pelo menos quatro tipos de resíduos perigosos diferentes que acabam por ser depositados em aterros urbanos ou incinerados”, soluções que não são as adequadas para estes resíduos.
Como exemplo da falta de resposta para alguns resíduos em Portugal, a Quercus aponta as agulhas, pequenas quantidades de resíduos perigosos, as cápsulas endoscópicas, os termómetros com mercúrio e as latas de tinta.
“Estamos a falar de resíduos perigosos contaminados com metais pesados, substâncias perigosas ou vestígios de sangue”, sublinha a Quercus, que acredita que este cenário possa ser ainda pior, resultado da “inúmera quantidade de contactos que recebe diariamente” a questionar sobre os destinos corretos a dar a alguns produtos.
A Quercus estima que estejam a ser rejeitados juntamente com os resíduos urbanos comuns cerca de 650.000 agulhas por dia, 4.000 cápsulas endoscópicas por ano equipadas com 8.000 pilhas de mercúrio, 8.000.000 de latas por ano cheias com tinta ou diluente, a par de outras substâncias perigosas.
Os ambientalistas da Quercus estimam também que 1% da população portuguesa ainda possua termómetros ou medidores de tensão arterial com mercúrio por rejeitar.