Empresa alega falta de rentabilidade do comboio Miradouro e vai encostar nas oficinas de Contumil carruagens que tinham sido recuperadas para potenciar turismo ferroviário.

Dois anos depois de ter sido criado, o Comboio Miradouro vai ser descontinuado. A composição formada por carruagens suíças dos anos 50, com espaços amplos e janelas que se podem abrir para melhor apreciar a paisagem, vai recolher às oficinas de Contumil onde já esteve oito anos parada depois de ter sido recuperada para fazer o antigo Comboio do Vinho do Porto.

“A CP constatou que a procura, na linha do Douro, continuou a concentrar-se nos comboios realizados com Automotoras UTD 592, indicando que o mercado não terá valorizado o Comboio Miradouro”, diz fonte oficial da empresa.

“Mesmo considerando um cenário de lotação completa, este comboio gera prejuízo para a CP, dada a logística necessária à sua produção”, acrescentou a mesma fonte. Por isso, a empresa vai uniformizar a sua oferta na linha do Douro com as automotoras espanholas alugadas à Renfe. Um material que dispõe de ar condicionado (ao contrário do Miradouro), mas que não permite desfrutar da paisagem que é, sobretudo no Verão, o principal motivo de viagem dos clientes da CP naquela linha.

A empresa sublinha que “as automotoras 592 garantem menores custos produtivos, melhor resultado económico, menor consumo energético e menor consumo de recursos humanos, pelo que é a solução que mais contribui para criar valor económico para a CP”.

José Manuel Gonçalves, presidente da Câmara da Régua, diz que não sabia desta decisão da CP e que vai pedir explicações por escrito ao presidente da empresa porque não entende esta falta de respeito pelo Douro.

IN “o Publico”