Líder do sindicato dos jogadores desagradado com atuação do organismo que gere I e II Liga 

Joaquim Evangelista não está nada satisfeito com a forma como a Liga de Clubes tem gerido esta paragem no campeonato face ao Covid-19 e nota uma “desorientação” no organismo liderado por Pedro Proença, “num momento em que era importante o futebol dar um sinal de unidade”.

Numa altura em que se vai questionando o alargamento da época para lá do que é normal, até porque a UEFA aceitou adiar o Campeonato da Europa, a duração do contrato dos jogadores tem sido abordada como podendo comprometer a competição, dado que há jogadores que terminam os seus vínculos no fim de junho.

Em declarações à ‘Renascença’, Evangelista avisa Proença que “vai precisar dos jogadores para aprovar as medidas necessárias ao normal funcionamento da atividade, quando for possível fazê-lo”.

Depois de o SC Braga ter avançado com um conjunto de possibilidades para o regresso à competição, o sindicato dos jogadores lamenta este tipo de tomada de posição isolada que “em vez de gerar um clima de confiança e de estabilidade, criar alarme e desconfiança”.

Joaquim Evangelista salienta que “esses cenários deviam estar a ser discutidos em conjunto”.

E numa fase em que vão circulando notícias de que alguns clubes no estrangeiro procuram reduzir gastos em tempo de crise de saúde com o plantel, o sindicato deixa um aviso.

“O futebol tem de ter alguma reserva moral, fazer o seu trabalho em conjunto e de forma concertada, para voltar rapidamente à normalidade, sob pena de a coisa correr mal”.

O desporto tem estado praticamente parado face ao Covid-19, que já infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.800 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 177 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.