Alguns países começaram a tornar obrigatório a utilização de máscaras mas, esta segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde emitiu novo parecer onde reforça que só devem ser usadas por alguns grupos específicos. Em Portugal, a DGS continua alinhada com as recomendações da OMS.
Como estava prometido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a avaliar as recomendações sobre o uso generalizado das máscaras de protecção individual. E concluiu: as máscaras continuam a estar recomendadas apenas para certos grupos específicos – doentes infectados com o SARS-Cov-2, pessoas com sintomas, cuidadores ou profissionais de saúde.
A questão tem sido muito debatida nas últimas semanas, mas ainda não foi alcançado um consenso. Alguns países e governos têm tornado obrigatório o uso de máscaras de protecção individual em locais públicos. E alguns estudos já publicados sugerem mesmo que, ao contrário do que indicavam outras investigações, as gotículas projectadas por alguém que tosse podem alcançar vários metros de distância. Na prática, este tipo de informações poderia fazer com que as autoridades de saúde reavaliassem a utilização das máscaras pela população em geral por uma questão de protecção (e não tanto como medida de prevenção).
Ainda assim, e segundo o parecer divulgado esta segunda-feira, a recomendação da OMS é clara: “Há evidências limitadas de que o uso de máscaras por indivíduos saudáveis nas suas casas, em contacto com pacientes infectados ou com pessoas que participaram em eventos com muita gente possa ser benéfico como medida preventiva.”
A OMS exclui ainda um cenário em que as máscaras sejam usadas de forma universal. E justifica: “Não existe, até ao momento, evidência científica de que usar uma máscara (seja cirúrgica ou de outro tipo) por pessoas saudáveis [ou seja, não infectadas e sem sintomas], possa impedir a infecção por vírus respiratórios, incluindo pela covid-19”.
A entidade máxima da saúde admite, como já o tinha feito, que o uso de uma máscara é uma das medidas de prevenção que pode evitar a propagação de cercas doenças virais respiratórias, onde se inclui a covid-19. Ainda assim, como medida única, e sem estar aliada ao reforço dos cuidados de higiene e da etiqueta respiratória, a utilização de uma máscara é “insuficiente para fornecer um nível adequado de protecção”.