O Salgueiros, histórico clube do futebol português com 24 presenças entre os ‘grandes’, está de regresso, três anos depois, aos campeonatos nacionais, ao ser um dos 20 promovidos dos distritais ao Campeonato de Portugal.
A história coletividade portuense, fundada em 08 de dezembro de 1911, foi a mais pontuada das duas séries da Divisão de Elite/Pró-Nacional da associação do Porto, ao somar 57 pontos na Série 1, contra 51 do Tirsense, primeiro da 2.
Na sexta-feira, a direção da associação do Porto “deliberou, por unanimidade”, designar “por reconhecimento do mérito desportivo” o Salgueiros, sem esquecer o emblema de Santo Tirso, para o preenchimento de alguma vaga no terceiro escalão.
Desta forma, o Salgueiros volta ao terceiro escalão do futebol luso, que na época 2020/21 terá 96 equipas, que serão divididas em oito séries de 12 formações, com os vencedores a disputarem, depois, os dois lugares de acesso à II Liga 2021/22.
A formação que, durante anos, teve como casa o Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro, demolido em 2006, soma 24 presenças no primeiro escalão, no qual não marca presença desde 2001/02, época em que fechou a prova no 16.º lugar.
O ‘velho salgueiral’ tem como melhor registo um quinto lugar, em 1990/91, sob o comando do ex-avançado jugoslavo Zoran Filipovic, que valeu uma inédita presença na Taça UEFA em 1991/92, para cair apenas nos penáltis face aos franceses do Cannes.
Foi há quase 20 anos e, desde então, o Salgueiros passou por enorme ‘turbulência’, que obrigou mesmo o histórico Sport Comércio e Salgueiros a ter de mudar de nome, para Salgueiros 2008, de forma a fazer face a inultrapassável crise financeira.
Depois de duas presenças no segundo escalão, em 2002/03 (nono lugar) e 2003/04 (sexto), o clube não se conseguiu inscrever na edição 2004/05 da Liga de Honra, caindo para a II Divisão B, para tombar, de imediato, para os distritais.
Numa época 2004/05 penosa, o Salgueiros foi 20.º e última da Zona Norte, com uma vitória, dois empates e 35 derrotas e um registo de golos de 19 marcados e 128 sofridos, para um total de cinco pontos, a 21 do Vilanovense (19.º).
O clube portuense ‘desapareceu’ e voltou já como Salgueiros 2008, conseguindo, em 2011/12, a subida à III Divisão, posteriormente Campeonato Nacional de Seniores e, desde 2015/16, Campeonato de Portugal.
Em 08 de dezembro de 2015, o Salgueiros recuperou o nome e foi já sem o 2008 que disputou a edição de 2016/17, para, na época seguinte, ser vítima de uma remodelação e cair novamente nos distritais, para agora voltar, por via ‘administrativa’.
Junto com o histórico do Porto, voltam uma série de clubes bem menos mediáticos, que nunca estiveram, ao contrário do Salgueiros, na primeira divisão do futebol luso.
Rabo de Peixe, Moncarapachense, São João de Ver, Moura, Pevidém, Águia Vimioso, Alcains, Carapinheirense, Mortágua, Mondinense, Vianense, Oriental Dragon, União de Almeirim, Crato, Camacha, Pero Pinheiro, Juventude de Évora, Sporting Meda e GRAP, segundo classificado em Leiria atrás do Marinhense B, uma vez que a equipa principal da Marinha Grande já está neste escalão, são os acompanhantes do ‘fidalgo’ Salgueiros.
Na ‘pole’ para aproveitar eventual desistência, está o Tirsense, o outro ‘campeão’ do distrital portuense, que também já passou pelo primeiro escalão, o que aconteceu em oito ocasiões, a derradeira em 1995/96.
O clube de Santo Tirso despediu-se com um 18.º e último lugar, depois de um histórico oitavo em 1994/95, o seu melhor de sempre, com Eurico Gomes no comando técnico e Paredão e Marcelo, que rumariam ao Benfica, como grandes ‘estrelas’.
Em 2019/20, os campeonatos distritais fecharam no segundo fim de semana de março, sendo suspensos e, mais tarde, dados por terminados devido à pandemia de covid-19, que também fechou antes do tempo a II Liga e o Campeonato de Portugal.