O treinador do SC Braga não se alonga em comentários sobre o surto de covid-19 que está a afetar o plantel do Benfica e assegura que os bracarenses já tiveram um surto e não se lamentaram.

“Não sou epidemologista nem pertenço à DGS. Sou licenciado em ciências do desporto e é essa a área onde posso falar”, afirmou Carlos Carvalhal, em declarações em conferência de imprensa, dizendo que só queria falar daquilo que domina.

“Falo da minha área”, esclareceu, destacando que o clube minhoto já sofreu na pele o impacto de um surto de covid-19 nesta temporada.

“Reporto-me do que aconteceu connosco nesta época. Em Alvalade, tivemos oito indisponíveis e fomos a jogo, como no Bessa. Não paramos e seguimos para a frente. Vivemos numa situação de epidemia e o compromisso foi fazer andar o futebol, demos esse exemplo”, comentou Carlos Carvalhal.

Questionado sobre a possibilidade de o futebol parar novamente, Carvalhal respondeu logo que isso «será péssimo», e depois argumentou com adjetivos cada vez mais negativos.

Se a situação já é má, assim será péssima, será ruinosa. Será uma catástrofe, em termos simbólicos, como mensagem para a sociedade. Somos testados duas ou três vezes por semana. Estamos a dar um exemplo à sociedade, que é possível coabitar. Se baixarmos os braços o vírus vai vencer. Já está a ganhar 5-0 e vai dar 10-0 ao futebol. Pode ser dramático para o futebol português», referiu.

Carvalhal defendeu ainda que o futebol «tem feito um trabalho extraordinário» e que «os casos que têm surgido são normais, tendo em conta a amostra do país».

«Creio que o rácio será menor do que na população. Somos muito mais controlados do que os profissionais de saúde. Já o disse. Tenho familiares com essa profissão e cheguei a dizer que nunca tinha sito testados, e eu já tinha sido muitas vezes. Nesta altura já um ou outro foi testado, e eu fui testado para cima de 60 vezes. Se aparecer um ou outro caso é normal, pois vivemos uma pandemia. Se não houver Taça da Liga significa parar a Liga, a não ser que exista um regime de exceção para os clubes mais poderosos, em desigualdade com os outros. Se parar agora vai parar no fim de semana, e acho que vai ser horrível para o futebol português. Espero que não seja a pressão dos grandes a parar o campeonato, a não ser que a DGS entenda que não há condições. Isso já é outra coisa», concluiu.