O Fortnite é um videojogo que se tornou um fenómeno de popularidade e fidelidade entre jogadores de todas as idades. Em Espanha, um pai perdeu a guarda partilhada do filho porque o deixava jogar durante horas consecutivas sem controlo de tempo. Decidiu agora recorrer da decisão para o Supremo Tribunal.

Uma dependência desmedida aos videojogos e demasiadas horas a jogar o célebre Fortnite – criado em 2017 e que se tornou um sucesso. Este foi um dos argumentos para um tribunal de Pontevedra, na Galiza, dar razão à queixa apresentada pela mãe de um menor que, depois de inúmeras discussões com o ex-companheiro sobre a maneira de criar o filho que têm em comum, solicitou judicialmente a anulação da custódia partilhada. Mas o pai não aceita a decisão e avançou com um recurso no Supremo Tribunal, lê-se no “Voz da Galicia“.

Quando o casal se separou, acordou um regime de custódia partilhada. No entanto, pontos de vista opostos sobre a maneira de educar o filho resultaram num conflito que acabou em tribunal.

A mãe alegou que “por parte do pai havia uma ação de permissividade total e falta de vigilância e atenção às tarefas diárias do menor” o que provocou “um problema de dependência aos videojogos” e mais em concreto ao Fortnite. Essa dependência estaria na origem dos problemas de comportamento que o menor começava a apresentar, assim como na quebra de rendimento escolar.

A decisão do tribunal de Pontevedra, tomada há cerca de um ano, teve em conta o parecer de um psicólogo que acompanhou o menor em vária ocasiões e lhe diagnosticou uma evidente adição aos videojogos. Mas também o testemunho do menor, que reconheceu em tribunal ter Instagram e WhatsApp com autorização do pai e “a sua dependência aos videojogos, em particular ao Fortnite, aos quais dedica muito tempo, sendo que a mãe não o deixa jogar em dias de aulas”.

A mãe recordou em tribunal que “quando comentou com o pai sobre o problema de dependência do filho ao jogo ele disse que estava a ser exagerada”.

Já o pai, no seu testemunho, “reconheceu ter dado autorização para a conta de Instagram e um canal no YouTube sem ter falado previamente com a mãe”.

O tribunal de Pontevedra decidiu anular a custódia partilhada do menor e estabeleceu um regime de visitas ao pai.