O Município de Braga abriu hoje as portas do Salão Nobre para receber jogadores, equipa técnica e dirigentes do Sporting Clube de Braga pela conquista da terceira Taça de Portugal.

O presidente da câmara, Ricardo Rio, foi o primeiro a discursar, assumindo o sonho de  um título futuro de campeão nacional. Emocionado, Carlos Carvalhal diz que cumpriu um “sonho de menino” e que se terminasse carreira hoje estaria “realizadíssimo”. Já António Salvador elogiou o comportamento dos adeptos do clube, visando (em comparação) os festejos do Sporting, e elogiou o “grande mister” que distingue de treinadores que foram para o Braga “só para se mostrar, para conseguir ganhar algo e para se projetar para outros patamares”.

Visivelmente emocionado, o treinador da equipa, Carlos Carvalhal, começou por dizer: “Gostaria de dar aqui duas ou três palavras. A primeira palavra que me ocorre é obrigado e gratidão a todos vocês. Eu sou de Braga, esta é a minha cidade, as pessoas que aqui estão são todas rostos familiares para mim. Tenho um amigo de infância aqui comigo que sabe, que me acompanhou no período em que jogava no campo da escola do bairro da Misericórdia”.

Eu nunca… se calhar talvez em sonhos pensava estar a viver um dia como este. Gostei sempre do clube. Foi pelo colo dos meus pais, desde bebé, que comecei a acompanhar os jogos do Sporting Clube de Braga. Lembro-me de muito pequenino afeiçoar-me ao jogo, celebrar as vitórias do SCB, ficar a conhecer os jogadores todos e ter um dia a vontade e o sonho de jogar no SCB”, prosseguiu Carlos Carvalhal.

Houve um dia em que isso foi possível. Fui aos treinos de captação. Na altura, talvez não tanto pela minha capacidade, fiquei. Estreei-me com 11 anos com a camisola do SC Braga. Sou um produto do trabalho, não sou um produto do talento. Consegui ser internacional aos 14 anos pelo SCB, percorri os escalões todos até aos sub-21, fui capitão de equipas do SCB, joguei nos séniores do SCB, tive oportunidade de ser treinador do SCB”, notou.

Lembrando a anterior passagem pelo comando técnico do clube, Carlos Carvalhal disse que à época os seus filhos complicaram a sua continuidade no clube: “Eles não aguentaram a pressão de estar na escola constantemente, com miúdos a serem cruéis uns com os outros na altura das derrotas. Tive de abdicar do meu sonho. Ironia do destino…”.

António Salvador, presidente do Braga, também falou e começou por cumprimentar todos os que trabalham no clube e “os heróis de uma conquista de uma Taça de Portugal num ano de centenário, um ano difícil para todos nós, pandémico, onde não pudemos comemorar com os nossos sócios e adeptos”.

Os sócios e adeptos felizmente tiveram um comportamento exemplar. Souberam da responsabilidade em que o país vive, a responsabilidade que têm de ter com os outros e cumpriram todas as regras da DGS e autoridades, para termos uma comemoração sem haver problemas e sem ver aquilo que vimos há pouco tempo numa outra zona do nosso país”, apontou.

De seguida, António Salvador dirige-se a Carlos Carvalhal: “Grande mister, o meu muito obrigado por há um ano, quando nos reunimos para que assumisse os destinos deste clube, ter aceite este desafio”. Ainda sobre Carvalhal,  Foi um desafio em ano de centenário e era o que pretendia: ter um treinador da casa, com paixão pelo clube, que viesse para conseguir ganhar e trabalhar de forma apaixonada e que não viesse cá só para se mostrar, para conseguir ganhar algo e para se projetar para outros patamares, muitos daqueles que cá têm passado assim o têm feito independentemente de quando cá estão terem dado tudo pelo clube. Você veio, veio para ficar e veio para trabalhar de uma forma apaixonada por este grande clube”.