Portugal entra sábado na história da mais importante prova europeia de clubes de futebol, ao tornar-se o primeiro país a receber o jogo decisivo em dois anos consecutivos, no que será a 16.ª grande final em solo luso.

Um ano depois de o Estádio da Luz, em Lisboa, ter consagrado o Bayern Munique, numa final com o Paris Saint-Germain (1-0), o vencedor da ‘Champions’ 2020/21 será conhecido no Estádio do Dragão, no Porto, entre Manchester City e Chelsea, protagonistas do terceiro duelo 100% inglês pelo cetro continental.

Devido à pandemia da covid-19, a final de 2019/20 – época em que a Liga dos Campeões terminou em Lisboa com uma ‘final a 8’, também jogada em Alvalade – foi disputada à porta fechada, enquanto, desta vez, é permitido um terço da lotação.

Ainda assim, a festa não poderá ter a ‘dimensão’ da que se viveu há sete anos, na temporada 2013/14, quando 60.976 espetadores presenciaram na Luz, em 24 de maio de 2014, a final madrilena entre Real Madrid e Atlético de Madrid, que valeu o 10.º título aos ‘merengues’, após prolongamento (4-1).

Muito antes, em 1966/67, a antiga Taça dos Campeões Europeus também teve o seu epílogo em solo luso, mais precisamente no Estádio Nacional, em Oeiras, onde o Celtic deu o único título europeu à Escócia, ao vencer o Inter Milão por 2-1.

O encontro disputou-se em 25 de maio de 1967 e os jogadores do conjunto de Glasgow entraram para a história como os ‘The Lisbon Lions’, que, desde 2017, quando se cumpriram 50 anos, têm no Estádio Nacional uma placa comemorativa do feito.

Se a principal competição europeia de clubes vai encerrar pela quarta vez em Portugal, as restantes também todos já tiveram final em solo nacional, entre elas a Taça UEFA – entretanto ‘convertida’ em Liga Europa -, quando o Benfica chegou à final de 1982/83.

Numa altura em que a decisão era a duas mãos, os ‘encarnados’ perderam por 1-0 em Bruxelas, para, na Luz, em 18 de maio de 1983, empatarem 1-1 com o Andelecht, que, desta forma arrebatou o troféu, pela primeira e única vez.

Mais recentemente, em 2004/05, a Taça UEFA voltou a ter final em Portugal, já em jogo único, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, onde, em 18 de maio de 2005, o Sporting desperdiçou o ‘fator casa’, ao perder com os russos do CSKA Moscovo por 3-1, num embate com 48.500 espetadores nas bancadas.

Em 1991/92, o antigo Estádio da Luz, que levava mais de 120.000 espetadores, foi grande demais para uma pouco chamativa final da extinta Taça das Taças, entre Werder Bremen e Mónaco. Apenas 16.000 viram, em 06 de maio de 1992, o triunfo dos alemães (2-0).

Antes, em 1987/88, o FC Porto conquistou em casa, no Estádio das Antas, a Supertaça Europeia, ao bater o Ajax por 1-0, em 13 de janeiro de 1988, em encontro da segunda mão, depois de já ter vencido em Amesterdão pelo mesmo resultado.

Nos anos 60, o Benfica não teve a mesma sorte e perdeu, em anos consecutivos, duas edições da Taça Intercontinental, entre o vencedor da Taça dos Clubes Campeões Europeus e da Taça Libertadores, a principal prova de clubes da América do Sul.

Em 1961, mais precisamente em 04 de setembro, o Benfica bateu o Peñarol por 1-0, mas, depois, foi goleado por 5-0 em Montevideu e, no desempate (a diferença de golos não contava), voltou a perder na capital uruguaia, desta vez por 2-1.

No ano seguinte, os então bicampeões europeus em título trouxeram um desaire do Brasil (2-3) e, na segunda mão, em 11 de outubro de 1962, foram ‘cilindrados’ pelo Santos por 5-2, num embate que o ‘rei’ Pelé encantou com um ‘hat-trick’.

Portugal também já foi palco de várias decisões de provas de seleções e nenhuma final teve tantos espetadores como a do Mundial de juniores de 1991, entre Portugal e o Brasil, que o antigo Estádio da Luz acolheu, em 30 de junho.

O número não é oficial, mas terão estado nas bancadas do recinto dos ‘encarnados’ mais de 135.000 espetadores, a vibrar intensamente com um jogo que só foi decidido no desempate por penáltis (4-2), a favor do ‘onze’ de Carlos Queiroz.

A nova Luz também já teve uma grande final de seleções, mas essa teve um desfecho ‘azedo’ para Portugal, que, em 04 de julho de 2004, perdeu o ‘seu’ Europeu para a Grécia, vencedora por 1-0 com um tento de Charisteas, perante 62.865 espetadores.

Mais recentemente, em 2019, a formação das ‘quinas’ teve mais sorte na final da primeira edição da Liga das Nações, já que, em 09 de junho, superou os Países Baixos por 1-0, no Estádio do Dragão, graças a um tento de Gonçalo Guedes.

As finais lusas completam-se com o Torneio Internacional de Juniores (depois Europeu de sub-18 e mais tarde de sub-19) de 1961, um 4-0 de Portugal à Polónia, na Luz, o Europeu de sub-17 de 2003, um 2-1 de Portugal à Espanha, no Estádio do Fontelo, em Viseu, e o Europeu de sub-21, um 3-0 dos Países Baixos à Ucrânia, no Estádio do Bessa, no Porto.

A final da edição 2020/21 da Liga dos Campeões, entre os ingleses de Manchester City e Chelsea, realiza-se no sábado, a partir das 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, com um terço da lotação e arbitragem do espanhol Mateu Lahoz.