Sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 mostra que, na última semana, o PS voltou a subir e o PSD perdeu dois pontos percentuais, apesar de António Costa ter perdido reputação como primeiro-ministro e Rui Rio ter ganho pontos nesse campeonato. CDS pode ficar fora do Parlamento.
O PS pode estar a três deputados de distância da maioria absoluta tão desejada por António Costa, de acordo com o melhor dos cenários previstos na sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO, RTP e RDP-Antena 1 feita nos últimos dias. Na última semana, o PSD liderado por Rui Rio perdeu dois pontos percentuais nas intenções de voto, aumentando para nove pontos a distância em relação ao PS, tal como acontecia em Novembro passado.
O PS pode estar a três deputados de distância da maioria absoluta tão desejada por António Costa, de acordo com o melhor dos cenários previstos na sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO, RTP e RDP-Antena 1 feita nos últimos dias. Na última semana, o PSD liderado por Rui Rio perdeu dois pontos percentuais nas intenções de voto, aumentando para nove pontos a distância em relação ao PS, tal como acontecia em Novembro passado.
No inquérito feito entre 6 e 10 de Janeiro, já com muitos debates realizados entre os líderes dos partidos parlamentares, o PSD cai de 23% para 21% nas intenções directas de voto, o que se traduz na descida de 32% para 30% na estimativa de resultados eleitorais, depois da redistribuição de indecisos e da exclusão da abstenção e não respostas. Já o PS mantém os 29% na intenção directa de voto, mas sobe um ponto, para 39%, na estimativa de resultados eleitorais em que se baseiam os resultados das sondagens.https://adb3c95d6cca5415f9b6faace6512f39.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
No dia em que os líderes dos dois maiores partidos se confrontam no frente-a-frente televisivo, há um dado que importa ter em conta: na pergunta sobre quem seria o melhor primeiro-ministro, António Costa perde três pontos em relação à última sondagem (cai de 52% para 49%), enquanto Rui Rio sobe dois pontos, de 33% para 35%. Por outras palavras, não se deve concluir apressadamente em favor de uma má performance do presidente do PSD nos debates. Até porque esta apreciação é bastante diferente da que era feita pelos eleitores em 2019: a uma semana das legislativas, Costa era visto como melhor primeiro-ministro por 51%, enquanto Rio se ficava por 24%.
Com base nesta sondagem, o PS conseguirá obter um mínimo de 104 deputados e um máximo de 113, neste caso a três lugares da maioria absoluta no Parlamento, podendo fazer a “eco-geringonça” com o PAN e o Livre, como defende Rui Tavares. E mesmo no cenário dos 104 deputados continua a existir uma maioria de esquerda com o BE, CDU, Livre (elege um deputado em qualquer dos cenários) e PAN.
Direita cresce, mas não ganha
Neste exercício de distribuição de deputados é também notória uma alteração significativa à direita: o PSD sobe mesmo no pior cenário, em que conquista 81 deputados (mais dois do que tem hoje) e pode chegar aos 89 parlamentares no cenário mais optimista. Mas em caso algum consegue uma maioria de direita para governar – nem no cenário mais optimista, nem mesmo com quatro deputados do PAN.
Ficha técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 6 e 10 de Janeiro de 2022. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram seleccionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efectuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objectivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1246 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres, 31% da região Norte, 21% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, região e voto nas legislativas de 2019. A taxa de resposta foi de 37%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1246 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.
Isto resulta desde logo porque o CDS corre o risco de sair da Assembleia da República, podendo, no máximo, conquistar dois lugares com os 2% das intenções de voto no partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos. Nas intenções directas de voto, os centristas têm apenas 1%, tanto quanto o Livre, mas na distribuição de mandatos podem ficar prejudicados pela dispersão geográfica.
A bancada hoje ocupada pelos centristas pode vir a ser tomada pelo Chega, que ascende a quarta força política no Parlamento, ombro a ombro com o BE – ambos alcançam 6% nesta sondagem, embora o Bloco tenha uma intenção directa de voto superior ao partido de André Ventura. No entanto, na estimativa de resultados eleitorais é o Chega que cresce, de 5% para 6%, podendo conquistar entre seis e 12 deputados, enquanto o Bloco terá um mínimo de oito lugares e um máximo de 12 (quando hoje tem 19 eleitos).
Já a CDU cai de 6% para 5%, podendo eleger apenas entre quatro e 10 deputados (quando em 2019 elegeu 12). A morder-lhe os calcanhares está a Iniciativa Liberal, embora o partido de João Cotrim de Figueiredo também tenha caído nesta última semana dos 5% para os 4%. Ainda assim, os liberais podem conquistar entre três e sete cadeiras no hemiciclo, de acordo com as estimativas do Cesop – que promete afinar os cálculos da distribuição de resultados distrito a distrito na sondagem da próxima semana.
No fim da tabela surgem o PAN e o Livre, ambos a crescer nas intenções de voto. O PAN sobe de 2% para 3% nas estimativas face à semana passada, podendo conquistar entre dois e quatro deputados (em 2019 elegeu quatro), enquanto o Livre sobe para 2% nas estimativas, conseguindo uma cadeira mesmo no pior cenário.
Nas intenções directas de voto há ainda 19% de indecisos, 5% de inquiridos que dizem que não irão votar e outros 5% que recusam responder – são estas franjas que são redistribuídas para fazer as estimativas dos resultados eleitorais –, e ainda outros 3% que dizem votar noutros partidos ou optam pelo voto em branco ou nulo.