Tudo indica que Portugal já terá atingido o pico de infeções, com o número de casos a descer há já vários dias. Apesar disso, alguns especialistas consideram que as novas regras, que vão permitir um maior alívio, só devem ser aplicadas no próximo mês.

Em declarações ao ‘Diário de Notícias’ (DN), os investigadores Nuno Marques (Algarve Biomedical Center) e Miguel Castanho, do Instituto de Medicina Molecular, defendem que se deve esperar pela primavera para tomar uma decisão.

“Pensar, podemos pensar, só que as novas medidas não serão para aplicar já”, refere Miguel Castanho, adiantando que “ainda temos um número alto de casos, quer por dia quer por semana, o número de óbitos é ainda elevado, assim como os internamentos.

Segundo o responsável, “podemos pensar com antecedência sobre o levantamento das restrições, mas acho que é precipitado fazê-lo já ou às pinguinhas, o que pode gerar confusão entre a população”, defende ao ‘DN’.

Também Nuno Marques justifica o adiamento do alívio, com os números ainda elevados da pandemia. “O número de óbitos é alto e o número de casos em termos de transmissão na comunidade também. As restrições de máscara, distanciamento, testes e isolamento deverão ser mantidas nos próximos dias”, considera.

“Há uma tendência de decréscimo da incidência e, a confirmar-se, haverá um decréscimo de internamentos e de vítimas mortais, mas não nos devemos precipitar”, sublinha Miguel Castanho, citado pelo jornal.

Para o especialista, são precisas duas a três semanas para se perceber o rumo da pandemia. Nessa altura, refere, “estaremos próximo da primavera e mais confiantes para planear uma nova fase”, onde podem cair as restrições à lotação de espaços e eventos públicos.

Já para Nuno Marques, “a evoluir da forma como temos estado e olhando um pouco para os outros países, é expectável que abril seja a altura ideal para o levantamento de algumas restrições”.

Aparece o tempo quente e este tipo de vírus habitualmente surge mais no inverno. Com o aumento da temperatura será expectável uma menor transmissão”, conclui.