O Famalicão venceu hoje o SC Braga, por 3-2, com uma reviravolta alcançada nos 10 minutos finais, na 34.ª e última jornada da I Liga portuguesa de futebol, garantindo o oitavo lugar.

Os arsenalistas até entraram melhor no encontro e, ao intervalo, estavam a vencer por 2-1. Mas, já perto do fim, o Famalicão conseguiu fazer a reviravolta, e subir cinco posições na classificação final.

Logo no primeiro minuto, os bracarenses inauguraram o marcador com Ricardo Horta, que fez o 93.º golo ao serviço do clube e se tornou no melhor marcador de sempre da formação minhota.

Ainda assim, o Famalicão, num ritmo de jogo bastante elevado, assumiu uma postura mais agressiva e, aos 18 minutos, fez o primeiro remate com perigo à baliza através de Pêpê. Hornicek defendeu seguro.

No entanto, foi o Sporting de Braga que voltou a chegar novamente ao golo. Aos 19 minutos, após um cruzamento de André Horta, Vítor Oliveira cabeceou, nas alturas, para o golo.

A reação da equipa famalicense não tardou e começaram os lances de perigo que deixaram a formação comandada por Carlos Carvalhal em dificuldades.

E, na verdade, o golo acabaria por surgir ainda antes do intervalo, relançando o jogo. Simon Banza reduziu a desvantagem, aos 43 minutos, após um cruzamento de Bruno Rodrigues para a área.

Já em tempo de compensação, Bruno Rodrigues esteve perto de fazer o golo do empate com um remate potente. Valeu uma grande defesa de Hornicek.

Para o segundo tempo, o Famalicão manteve a pressão, anulando por completo o Sporting de Braga que não conseguiu contrariar a supremacia da equipa da casa.

Logo aos 48 minutos, Heriberto tinha tudo para fazer o empate mas cabeceou ao lado.

Seguiram-se uma série de lances de perigo para a formação da casa que demonstravam que a reviravolta estaria iminente. Aos 52 minutos, Banza rematou cruzado à baliza mas a bola saiu ligeiramente ao lado e, aos 56, Hornicek voltou a estar em destaque ao defender um remate de Pêpê. Na recarga, Bruno Rodrigues atirou por cima.

Depois de grande pressão, os comandados por Rui Pedro Silva acabariam por chegar à igualdade aos 80 minutos com um golo de Bruno Rodrigues. E, a um minuto do fim do tempo regulamentar, Banza marcou de cabeça, após um canto, o golo da vitória.

Os adeptos presentes nas bancadas do Municipal de Famalicão estavam ao rubro com mais uma conquista da equipa, mas no relvado o cenário era outro. Após o apito final os jogadores das duas equipas envolveram-se em confrontos. Riccieli viu cartão vermelho e Pickel terminou no relvado, tendo sido retirado de maca.

Carlos Carvalhal, treinador Sp. Braga, na sala de imprensa, após derrota por 3-2 frente ao Famalicão:

«Um jogo onde entrámos bem, depois houve uma reação do Famalicão e tivemos dificuldade a reagir a isso porque perdemos capacidade de pressão à frente. O jogo teve de positivo o facto de acabarmos o jogo com oito jogadores da formação. O clube está recheado de jogadores jovens talentosos.

Outro aspeto positivo foi o golo de Ricardo Horta, que entra na história do clube. Fico extremamente orgulhoso como treinador viver e estar presente neste marco histórico. Festejei o golo como se tivesse sido eu a fazer. Foi o principal momento no jogo de hoje.

Fizemos uma grande segunda volta. Ganhamos em Alvalade, fomos a única equipa a ganhar ao FC Porto, ganhámos ao Benfica e, por isso, só posso estar satisfeito com a performance da equipa.

[É uma herança que deixa no Sp. Braga?] Eu percebo a pergunta e não há nada a acrescentar daquilo que já disse. Terça vamos reunir com o presidente e, como adultos, vamos conversar. Não adianta tentar sacar-me nada porque tenho 56 anos e já ando nisto há muit, não vão conseguir.

[ocorrências no final do jogo depois de um bom jogo] É lamentável e não me revejo naquelas situações. Ainda por cima num jogo que não decidida nada e o nervosismo não se justificava. Isto não é futebol e temos de dar o exemplo, principalmente aos miúdos que nos veem».

Rui Pedro Silva, treinador do Famalicão, na sala de imprensa, após vitória por 3-2 frente ao Sp. Braga:

«A obsessão da conquista dos três pontos tem de ser enorme, por isso há sempre alguma coisa em causa. Sabíamos a possibilidade de acabar em 8.º lugar, o que demonstra estabilidade do clube na Liga. Não entrámos fortes, acabámos por corrigir alguns detalhes. O Braga tentou fazer um jogo direto e, por isso, fizemos uma pressão mais lateralizada e a equipa fez um grande jogo.

A segunda parte foi fantástica, com o apoio do público e terminamos o campeonato com aquilo que queremos que seja a nossa imagem e o trabalho que fizemos na época.

[Imaginou este caminho quando assumiu o cargo?] Estamos onde queremos estar. Quando aqui chegámos estávamos numa posição difícil na tabela. Houve jogos que podíamos ter ganhado, outros perdido, mas o futebol, na generalidade, acaba por ser justo.

[vai continuar?] O futuro sempre foi jogo a jogo e agora sim, há que ter uma conversa e discutir o futuro com tranquilidade.

Quero aproveitar para agradecer a oportunidade que me foi dada pelo presidente, que acreditou no trabalho, a toda a estrutura e à minha equipa técnica que trabalharam inexcedivelmente todos os dias. Conseguimos um 8.º lugar. Foi um processo difícil, mas que terminou da melhor forma».

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio Municipal de Famalicão.

Famalicão – Sporting de Braga, 3-2.

Ao intervalo: 1-2.

Marcadores:

0-1, Ricardo Horta, 1 minuto.

0-2, Vítor Oliveira, 19 minutos.

1-2, Banza, 43.

2-2, Bruno Rodrigues, 80.

3-2, Banza, 89.

Equipas:

Famalicão: Zlobin, Penetra, Riccieli, Alex Nascimento (Batubinsika, 74), Adrián Marín (Dolcek, 68), Pickel, Pêpê, Bruno Rodrigues, João Carlos Teixeira (Cadiz, 80), Heriberto (Kadile, 68) e Banza.

(Suplentes: Luiz Júnior, Diogo Queirós, Gustavo Assunção, Kadile, Batubinsika, Dolcek, De La Fuente, Marques e Cadiz).

Treinador: Rui Pedro Silva.

Sporting de Braga: Hornicek, Paulo Oliveira, David Carmo (Tormena, 46), Diogo Leite (Roger, 84), Fabiano, Al Musrati, André Horta (Castro, 57), Rodrigo Gomes (Moura, 57), Abel Ruiz, Vítor Oliveira (Falé, 80) e Ricardo Horta.

(Suplentes: Tiago Sá, Tormena, Lucas Mineiro, Moura, Dinis Pinto, Roger, Bruno Rodrigues, Castro e Falé).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Al Musrati (12), Pickel (12), David Carmo (35), Pêpê (38), Tormena (59), Banza (90). Cartão vermelho direto para Riccieli (após o final do encontro).

Assistência: Cerca de 4.500 espetadores.