Empresas nacionais temem ser postas de lado das grandes obras. AICCOPN alerta para o risco de atrasos no lançamento de grandes obras favorecer empresas espanholas e relegar as portuguesas à condição de subempreiteiras.

As construtoras nacionais estão preocupadas com a demora no lançamento das grandes obras, previstas no âmbito do novo ciclo de investimentos no país, e receiam que a futura pressão para que estas sejam concluídas force o lançamento de concursos de grande dimensão, favorecendo empresas estrangeiras, revela o Jornal de Negócios esta quarta-feira.

“O pior que pode acontecer é dizerem que temos de entregar as obras de qualquer forma porque senão perdemos fundos europeus, e consequentemente se opte por processos de concursos chave na mão ou de um só lote em vez de cinco”, alerta Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), citado pelo jornal do grupo Cofina.

Para o responsável, os procedimentos de grande dimensão “não se adequam à realidade do setor em Portugal e abrem a porta a concorrentes estrangeiros, sobretudo espanhóis”, pelo que existe o risco de “relegar as empresas portuguesas para um papel de subempreiteiros” nos investimentos previstos no contexto do Portugal 2020, Plano de Recuperação e Resiliência e PNI2030.