O Vitória, que soma o quinto jogo ser perder, subiu ao sexto posto da I Liga, com 17 pontos, os mesmos do quinto classificado Casa Pia, com o Boavista a descer ao sétimo lugar, com 16.

O Vitória de Guimarães alcançou hoje uma vitória sofrida por 3-2 frente ao Boavista, dando a volta ao resultado nos derradeiros minutos do jogo da 10.ª jornada da I Liga de futebol.

Duelo histórico no D. Afonso Henriques. Sem a rivalidade de outros tempos, o embate entre Vitória e Boavista foi intenso e disputado com emoção até ao último suspiro. Literalmente. O Vitória consumou o triunfo já para lá da hora, operando a segunda cambalhota no marcador (3-2) nos descontos com um golpe de cabeça de André Amaro.  

Em Guimarães, Tiago Silva, de grande penalidade, inaugurou o marcador aos 20 minutos, mas os visitantes, já reduzidos a 10 unidades, por expulsão de Mangas (41), colocaram-se a ganhar, com golos de Sasso (45+3) e Salvador Agra (71). Janvier, aos 86, e André Amaro, aos 90+3, consumaram a reviravolta no marcador para a equipa da casa.

Na última paragem do encontro os vimaranenses fizeram sinal ao comboio europeu, colando-se ao quinto lugar naquele que foi o sexto jogo consecutivo sem perder. Foi conseguido com várias incidências. Os vimaranenses foram a melhor equipa do encontro. Disso não restam dúvidas. Mas, expuseram-se ao cinismo adversário e aos 87 minutos estavam em desvantagem.

O Boavista soube organizar-se e resistir às incidências do jogo. Deu a volta ao jogo disputando toda a segunda parte em inferioridade numérica, ameaçando matar um borrego com 21 anos – desde 2001 que os axadrezados não vencem em Guimarães. Mas, um final épico devolveu os três pontos aos vimaranenses premiando o pressing final do Vitória.

O Vitória, que soma o quinto jogo ser perder, subiu ao sexto posto da I Liga, com 17 pontos, os mesmos do quinto classificado Casa Pia, com o Boavista a descer ao sétimo lugar, com 16.

Declarações de Moreno, treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após a vitória (3-2) frente ao Boavista:

«Foi uma entrada boa da nossa parte, depois dos primeiros dez minutos fomos melhores com bola. Conseguimos chegar à vantagem e criámos mais duas ou três oportunidades, mas depois pusemo-nos um pouco a jeito, fruto de alguma falta de experiência nossa. A falta do golo era evitável e depois temos de ser mais rigorosos a defender. Ao intervalo tentei passar tranquilidade e para nunca entrarem no futebol direto. Estávamos a ter isso e sofremos o segundo golo num erro nosso que não pode acontecer. Mesmo depois de estar em desvantagem, com mérito do Boavista, a equipa nunca se desequilibrou, teve sempre a calma necessária e foi dessa forma que conseguimos fazer o 2-2 e o 3-2. Parece-me uma vitória justa. São três pontos, satisfeitos hoje, amanhã desfrutar da folga e na terça-feira vamos já preparar o próximo jogo».

[Sensação da vitória] «É bom. Um Vitória-Boavista é muito isto, calor na bancada, adrenalina em alta e jogos  competitivos. Passámos isto aos jogadores, eles teriam de ter a abordagem correta, e tiveram. O nosso campeonato é isto, estamos no sexto jogo consecutivo sem perder, mas sabemos as dificuldades que vamos ter. Equilíbrio é essencial.»

Declarações de Petit, treinador do Boavista, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após a derrota (3-2) frente ao Vitória de Guimarães:

«Entrámos bem no jogo, até ao golo do Vitória, que teve mais bola mas sem situações de golo. Depois da grande penalidade quebrámos um pouco, e há a expulsão do Mangas. Reagimos com o livre em que conseguimos chegar à igualdade. Ao intervalo disse aos jogadores que tínhamos de ser solidários e fortes, porque o Vitória tem situações que podíamos aproveitar. Foi o que aconteceu, chegámos ao 1-2. Depois há a fadiga, o cansaço, fomos refrescando, e nos últimos 15 minutos tínhamos de saber sofrer. Quando ia meter o Filipe Ferreira sofremos a igualdade num lançamento e que tínhamos um jogador fora das quatro linhas, e noutro lançamento sofremos o segundo. Podíamos ter sido mais inteligentes a segurar o resultado. Há alguma ingenuidade da nossa parte».

[Derrota que mais custou na carreira?] «Todas as derrotas custam, há a rivalidade, não contávamos, a equipa trabalhou e lutou. Quando perdemos e damos tudo os adeptos sabem reconhecer. Temos de nos levantar, preparar o próximo jogo. Há que preparar o jogo com o Vizela, fiquei satisfeito com a postura dos jogadores».