Autarca de Vila Flor pede o regresso do comboio a parte da linha desativada do Tua. Reclama, por isso, coragem política da parte do Governo para mandar avançar o plano de mobilidade prometido.

presidente da Câmara de Vila Flor e da Agência para o Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, Pedro Lima, reclamou esta sexta-feira do Governo coragem política para mandar avançar o plano de mobilidade, num impasse há cinco anos.

O Plano de Mobilidade está previsto há mais de uma década como a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua e continua por cumprir, apesar de estarem preparados todos os equipamentos necessários para o comboio regressar a parte da linha desativada do Tua e para passeios de barco na nova albufeira. O plano contempla também comboio para o quotidiano das populações.

Já foram anunciadas várias datas para o arranque, mas continua por executar. “Realmente como é que após cinco anos de produção hidroelétrica, após 17 milhões de investimento, cinco municípios, vários governos, dois concessionários não conseguem colocar a linha do Tua em funcionamento“, questiona.

Segundo o autarca, o secretário de Estado já se comprometeu a dialogar. “Já o anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tinha dito que tinha soluções”, frisou o edil de Vila Flor.

Pedro Lima acredita que “falta muito pouco; falta desbloquear o licenciamento da linha”. E também admite que o impasse no licenciamento “é justificado porque é uma linha que está associada a problemas de segurança, que teve mortes; é preciso refletir um pouco”.

Ainda assim, o autarca não percebe o porquê de tanta demora. “Também não consigo compreender como é que se justifica isso, passados cinco anos da exploração hidroelétrica, que vão totalmente contra a DIA (Declaração de Impacte Ambiental), que não está a ser respeitada”, questiona.

Para o autarca, “quem tem de justificar isso é o Governo, porque o Governo é que tem legitimidade de fazer cumprir a DIA“. Pedro Lima considera, contudo, que o que “falta (é) coragem política; falta que alguém no ministério diga avancemos“.

O presidente da agência assegurou ainda que os agentes locais têm reclamado do impasse, mas lamenta que a reivindicação não tenha visibilidade nas prioridades mediáticas. “O território está a perder há cinco anos e cabe ao Governo fazer respeitar a DIA. Cabe ao Governo dizer que a medida compensatória mais relevante para o território não está a ser cumprida” assim como “pedir justificações de onde foram investidos esses 17 milhões“, afirmou.