A morte terá ocorrido a 29 de janeiro, mas só foi conhecida esta sexta-feira, dia 3 de fevereiro.

O estilista Francisco Rabaneda y Cuervo, mais conhecido como Paco Rabanne, morreu aos 88 anos, no dia 29 de janeiro. A morte, anunciada apenas esta sexta-feira, foi confirmada pelo autarca de Vannes, David Robo.

O costureiro franco-espanhol terá morrido em Portsall, onde residia, em França, avança o Le Télégramme.

Desde fevereiro de 1939 que o estilista que marcou o mundo da moda se ‘refugiava’ do Regime Franquista espanhol em Finistère, com a família, tornando-se um apaixonado pela Bretanha. Permaneceu escondido da Gestapo em Brest, onde viveu até 1947.

Conhecido pela sua excentricidade, Paco Rabanne era “muito popular na comunidade”, tendo, segundo a autarca de Ploudalmézeau, Marguerite Lamour, “a simplicidade de quem sabe de onde vem”.

A responsável recordou ainda a sua “grande cortesia”, descrevendo-o como “um homem que gostava de falar da sua juventude”.

Nascido em 18 de fevereiro de 1934 na cidade espanhola de Pasajes, no País Basco, Francisco Rabaneda y Cuervo acabou por fazer carreira como costureiro e criador de perfumes, principalmente em França.

No final dos anos 1960, teve início a colaboração entre o ‘designer’ e a empresa de moda e beleza Puig, que finalmente adquiriu em 1986.

Juntamente com os membros da segunda geração desta empresa familiar, “foi selada uma aliança leal com um desenhador capaz de transmitir paixão e rebelião juvenil em fragrâncias de sucesso”, afirmaram no comunicado.

“A Paco Rabanne tornou a transgressão magnética”, disse José Manuel Albesa, presidente da divisão de Beleza e Moda da Puig, que deixa ainda a questão: “Quem mais poderia induzir as elegantes mulheres parisienses a clamar por vestidos feitos de plástico e metal? Quem mais senão Paco Rabanne poderia imaginar uma fragrância chamada Calandre (que significa ‘grelha de carro’) e transformá-la num ícone da feminilidade moderna?”.

José Manuel Albesa sublinhou ainda que “esse espírito radical e rebelde [o] distingue: existe apenas um Rabanne”.

O responsável recordou também a “enorme influência na moda contemporânea, um espírito que perdura na ‘maison’ que leva o seu nome”.

“Rabanne continuará a ser uma importante fonte de inspiração para as equipas de moda e fragrâncias” da empresa, confirmou o seu presidente executivo, Marc Puig.