As autoridades de Taiwan disseram hoje que capturaram um veículo aéreo não tripulado (‘drone’) chinês de reconhecimento de longo alcance, que voou em redor da ilha, a segunda operação do género realizada por Pequim no espaço de uma semana.

‘drone’ do modelo BZK-005, que voou em redor da ilha entre terça-feira e o início do dia de hoje, transportava um aparelho com capacidade para interferir nas comunicações, segundo informou o Ministério da Defesa de Taiwan num comunicado.

Esta é a segunda vez em poucos dias que a ilha autónoma é alvo de uma operação deste género, o que pode representar que o envio de veículos aéreos não tripulados possa estar a ser normalizado pela China, segundo analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Na semana passada, as autoridades taiwanesas registaram as manobras de dois ‘drones’ que circularam a ilha.

“Enviar ‘drones’ para a zona de identificação aérea de Taiwan é uma maneira eficaz e de baixo custo para a China testar novas táticas que certamente se tornarão operações de rotina”, disse Lu Li-shih, ex-instrutor da Academia Naval de Taiwan, citado pelos ‘media’.

Até agora, as aeronaves não tripuladas utilizadas pelas forças chinesas nas proximidades de Taiwan – uma tática que o Exército de Libertação Popular usa desde 2020 – faziam rotas mais curtas.

Nos últimos meses, as tensões aumentaram no Estreito de Taiwan, onde a China realizou manobras de alta intensidade em diversas ocasiões, inclusive após a visita à ilha em agosto de 2022 da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Este mês, o Exército chinês lançou mais quatro dias de exercícios militares – que incluíram a simulação de um bloqueio — após o encontro na Califórnia entre a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e Kevin McCarthy, o sucessor de Pelosi no cargo.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek.

Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.

O território realizou reformas democráticas nos anos 1990 e é hoje encarada como uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.