O enviado especial da China Li Hui esteve hoje em Berlim no âmbito da iniciativa chinesa sobre a guerra na Ucrânia, mas sem que tivessem sido divulgadas informações sobre as conversações com as autoridades alemãs.

Li foi recebido no Ministério dos Negócios Estrangeiros pelo secretário de Estado Andreas Michaelis, anunciou a instituição na rede social Twitter, sem fornecer mais informações sobre o encontro, segundo a agência espanhola EFE.

“A reunião teve lugar no âmbito da viagem de Li Hui à Europa. Esta foi precedida de visitas à Ucrânia, Polónia e França”, disse o ministério dirigido por Annalena Baerbock.

O diplomata chinês esteve com um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em Paris, na terça-feira, e reuniu-se com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco em Varsóvia, na sexta-feira passada.

Li visitou a Ucrânia em 16 e 17 de maio, para reuniões com o Presidente Volodymyr Zelensky, o chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.

O diplomata chinês é esperado em Moscovo na sexta-feira, segundo a agência oficial russa TASS.

A China apresentou um plano de paz de 12 pontos no aniversário do início da invasão russa da Ucrânia, que foi recebido com ceticismo pela Ucrânia e pelos aliados ocidentais.

Tanto Kyiv como Varsóvia anunciaram, por ocasião da visita de Li, que consideram o plano de paz de Zelensky como a base para a resolução da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Os interlocutores ucranianos e polacos do enviado chinês para a Eurásia disseram também ao diplomata que a cessão de território ucraniano em troca do fim do conflito não é aceitável.

O plano de paz ucraniano exige a retirada russa de todo o território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, que Moscovo anexou em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas em setembro de 2022.

A Rússia recusa as exigências ucranianas e afirma que Kiev tem de se conformar com a nova realidade.

A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas e civis em 15 meses de combates, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.