O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que será difícil combater a Rússia se Kiev não receber armas de longo alcance, argumentando que a decisão de as entregar “depende exclusivamente” dos Estados Unidos.

“Sem armas de longo alcance, é difícil não só levar a cabo missões ofensivas, mas também, para ser honesto, operações defensivas. Estamos a discutir este assunto com os Estados Unidos, é uma questão que depende deles neste momento”, disse Zelensky, que chegou na noite de quinta-feira a Praga.

Para o presidente ucraniano, a entrega de armas de longo alcance à Ucrânia “depende apenas” de uma decisão de Washington.

Na visita a Praga, Zelensky recebeu a garantia de que o governo checo vai doar à Ucrânia mais helicópteros de ataque, munições de artilharia e a contribuição da República Checa na formação de pilotos ucranianos nos caças ‘F-16’ para se defender da invasão russa. 

A garantia foi dada pelo primeiro-ministro checo, Petr Fiala, após um encontro com Zelensky, que chegou a Praga na noite de quinta-feira, depois de uma visita surpresa à Bulgária e antes de viajar ainda hoje para a Turquia.

Numa mensagem na rede social Twitter, Fiala disse que a República Checa, um dos principais fornecedores de ajuda militar à Ucrânia, vai fornecer simuladores de voo para que os pilotos ucranianos possam treinar para pilotar ‘F-16’ também em solo ucraniano.

O chefe do governo checo recordou que, desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro de 2022, Praga enviou à Ucrânia quatro milhões de cartuchos de artilharia de calibre médio e pesado.

Na mensagem, Fiala afirmou que o presidente ucraniano aprecia o apoio da República Checa e que está pronto para apoiar as empresas checas envolvidas em projetos de reconstrução da Ucrânia.

Ao chegar a Praga, Zelensky agradeceu o apoio dos checos, tanto material como moral, e recordou que o país recebeu muitos refugiados que fugiram à agressão russa.

Apelou também à unidade e à coragem e reconheceu que será difícil obter um apoio unânime para o seu desejo de se integrar nas estruturas euro-atlânticas, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).