O Sporting de Braga venceu esta quarta-feira por 2-1 na receção aos gregos do Panathinaikos, em jogo da primeira mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

O hino da Liga dos Campeões tocou no Estádio Municipal de Braga 11 anos depois, mas, durante o primeiro tempo, o Sporting de Braga não apresentou uma exibição digna de participar na prova milionária. Os minhotos sentiram algumas dificuldades na fase inicial. Ainda que se tenham soltado da pressão inicial que sentiram, os bracarenses nunca conseguiram controlar verdadeiramente a partida.

Aos 18 minutos, os adeptos dos guerreiros ainda celebraram quando Bruma arrancou uma grande penalidade, mas o árbitro foi ver as imagens do VAR e decidiu-se pela reversão da decisão, assinalando falta ofensiva da equipa que é orientada por Artur Jorge. A reta final mostrou um Sporting de Braga por cima da partida, mas com pouca acutilância ofensiva.

Artur Jorge falou com os seus jogadores ao intervalo e o certo é que a equipa d casa entrou no segundo tempo com outra cara e praticamente com um golo. Aos 51 minutos, Abel Ruiz aproveitou uma boa jogada de Bruma na esquerda e à entrada da área abriu a contagem na Pedreira.

Este remate certeiro do espanhol deixou o Braga mais solto, e prova disso foi que o segundo da partida surgiu pouco depois, aos 74 minutos. Abel Ruiz fez um lançamento rápido que apanhou os helénicos desprevenidos, Ricardo Horta recebeu a bola e assistiu o espanhol Álvaro Djaló que, dentro da área, rematou com potência para o fundo da baliza de Brignoli. Pelo meio, o ex-Sporting Sporar teve um falhanço incrível que podia ter relançado a partida.

Os helénicos não baixaram os braços e a verdade é que estragaram a festa dos minhotos com um golo ao cair do pano. Após ser assistido por Ioannidis, Mancini entrou na área e fixou o resultado final aos 90+5′. Tudo isto depois de, no minuto anterior, Rony Lopes, num contra-ataque, ter desperdiçado uma enorme ocasião para fazer o 3-0 e sentenciar a eliminatória.

Segue-se agora a segunda mão desta eliminatória que será já na próxima terça-feira na casa do Panathinaikos.

Momento do jogo: Belo golo de Álvaro Djaló a concluir uma jogada que se iniciou num erro de palmatória dos gregos.

Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa, após vitória por 2-1 frente ao Panathinaikos:

«Na segunda mão vamos ter dificuldade iguais às de hoje. Foi um jogo dentro do que era expectável para nós. Na primeira parte estivemos mais ligados áquilo do que era o jogo do Panathinaikos, um jogo mais físico e mais direto. Fizemos alterações para que na segunda parte pudéssemos ser uma equipa mais dominadora e conseguir esta vantagem a meio da eliminatória.

[o que disse aos jogadores ao intervalo?]  No intervalo, acima de tudo, fizemos algumas correções comportamentais porque, aquilo que era a estratégia, os jogadores estavam a cumprir e tínhamos de aumentar a velocidade e a agressividade ofensiva. Houve uma resposta imediata dos jogadores e tivemos uma entrada fortíssima. Tivemos uma oportunidade logo aos dois minutos e depois acabámos por marcar mesmo.

Fomos muito mais dominadores na segunda parte, chegámos ao 2-0 e depois houve uma reação do adversário. Tivemos uma oportunidade clara, que faz a diferença no jogo, e no lance a seguir sofremos golo. Ainda assim, posso dizer que estou satisfeito com o que fizemos ao longo dos 90 minutos. Para mim era muito importante ganhar o jogo e conseguimos vencer um adversário difícil. O resultado não altera a nossa ambição para a segunda mão.

[a equipa acusou pressão no início do jogo?] O peso de objetivos maiores não custa carregar. Podemos ficar com a sensação que a equipa teve algo ansiosa no início do jogo, mas teve mais a ver com o que fez o Panathinaikos. Essa poderá ser a justificação para a entrada menos conseguida. Este golo não muda muito, mas muda o conforto que uma vantagem de dois ou três golos podia dar. Não espero que do outro lado possa haver uma equipa que desista, assim como não acredito que espere um Braga convencido que a eliminatória está resolvida. Vamos com a mesma ambição de ganhar o jogo em Atenas.

[na segunda mão está à espera de um jogo mais aberto ou mais fechado?] Para o segundo jogo há uma equipa em vantagem, que somos nós, e uma à procura de anular a vantagem. Vamos procurar vencer o jogo para consolidar a vantagem que temos na eliminatória e poder atingir o principal objetivo.

[saída de Al Musrati] Foi a tal agressividade nos duelos. Com duas pancadas no pé e acabou por sofrer uma entorse no pé. Depois vamos fazer mais exames para perceber a dimensão da lesão».

Jovanovic, treinador do Panathinaikos, na sala de imprensa, após derrota por 2-1 frente ao Sp. Braga:

«Foi um jogo bom, com bom ritmo de princípio até ao fim. Tentámos manter o adversário longe da nossa baliza, mas o Sp. Braga é uma equipa perigosa e durante todo o jogo tentámos fazer golo. Os detalhes, neste tipo de competição, são muito importantes. Se existe justiça no futebol não sei, mas estou satisfeito com a minha equipa. Tentámos fazer o melhor e, com o golo, as coisas ficam melhores para nós.

Na temporada passada tivemos também este tipo de jogos. Isto é uma questão de fé, esforço, concentração e sangue-frio dos meus jogadores. Estou satisfeito com eles e com o que fizeram no jogo de hoje.

o que tem de mudar para o jogo de Atenas?] Hoje tivemos algumas preocupações especialmente quando não tínhamos bola. Temos de melhorar a nossa imagem e temos de ter mais qualidade com bola, isso é o mais importante para o jogo da segunda mão.

Matheus garante que fica em Braga e quer fazer historia nos guerreiros do Minho.

«Sabemos que o campeonato inglês é um dos melhores do mundo, mas depois do presidente me ter dito que não queria que eu saísse eu foquei em ajudar o Braga e em fazer ainda mais história», disse o guardião bracarense.

O clube inglês ofereceu desta vez um bolo global de 10 milhões de euros pelo passe do luso-brasileiro, mas António Salvador recusou de imediato, e uma vez mais, a abordagem.

Equipas iniciais

Sporting de Braga: Matheus Magalhães, Víctor Gómez, José Fonte, Niakaté, Adrián Marín, Vítor Carvalho, Al Musrati, Ricardo Horta, Pizzi, Bruma e Abel Ruiz.

Suplentes: Tiago Sá, Hornicek, Serdar, André Horta, Djaló, Paulo Oliveira, Zalazar, Mendes, Rony Lopes, Banza, André Castro e Soumare.

Panathinaikos: Brignoli, Vagiannidis, Jedvaj, Magnusson, Juankar; Rúben Pérez, Djuricic, Vilhena, Palacios, Sporar e Mancini.

Suplentes: Lodygin, Xenopoulos, Schenkeneld, Ionnidis, Bernard, Gnezda Cerin, Cantalapiedra, Sideras, Mladenovic, Kotsiras, Willian Arão e Verbic.

Árbitro: Felix Zwayer (Alemanha).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Filip Djuricic (08), Niakaté (445+5), José Fonte (53), Willian Arão (84), Alberto Brignoli (86).

Assistência: 23.401 espetadores.