O concurso para a construção do primeiro segmento da linha ferroviária de alta velocidade Porto-Lisboa foi lançado nesta sexta-feira, numa cerimónia que teve a presença do primeiro-ministro, António Costa.
O chefe de governo, António Costa, considerou este lançamento do concurso como um “momento particularmente importante” e destacou o “grande consenso político” em torno desta matéria.
“É um momento particularmente importante”, iniciou o primeiro-ministro, salientando o “longo percurso” realizado na vertente política para alcançar este momento.
“Foi possível obter um grande consenso político”, concluiu, enfatizando a “votação inequívoca” que possibilitou o lançamento deste concurso. Costa considerou que este acontecimento reflete “um sinal de grande maturidade da nossa democracia”.
Foi o próprio primeiro-ministro que, de forma simbólica, deu início ao concurso: “Se tem alguma coisa a dizer é agora ou cale-se para sempre”, afirmou Costa, arrancando alguns sorrisos da audiência. “Confirmemos”, concluiu.
O primeiro-ministro agradeceu a Pedro Marques, “que foi ministro num momento difícil onde mais do que falar era preciso estar em silêncio”, e a Pedro Nuno Santos, “que foi o grande impulsionador deste projeto, da visão da ferrovia como potencial de grande cluster”, além de João Galamba, “que continuou esse trabalho”.
Na semana passada, a Assembleia da República aprovou uma recomendação do PS ao Governo para lançar o concurso do primeiro troço da linha de alta velocidade Porto-Lisboa até o final de janeiro, com a abstenção do Chega.
António Costa assinalou o “dia histórico” da aprovação pelos partidos do lançamento da alta velocidade ferroviária e saudou a “maturidade democrática” do processo parlamentar.
Apresentado pela primeira vez em setembro de 2022 na estação de Campanhã, no Porto, pelo primeiro-ministro e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, o projeto promete ligar Porto e Lisboa em 1 hora e 15 minutos.
O projeto está dividido em três fases: troço Porto – Soure (distrito de Coimbra), Soure – Carregado (concelho de Alenquer, distrito de Lisboa) e Carregado – Lisboa.
A primeira fase foi subdividida em dois lotes, sendo o primeiro correspondente a Porto – Oiã, no distrito de Aveiro, num traçado de cerca de 70 quilómetros numa linha preparada para os 300 km/h.
No total, estima-se que o projeto Porto – Lisboa tenha um custo de 4,5 mil milhões de euros.