Dez anos depois, processo judicial é movido contra a Câmara e gestora de condomínios

No Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, as famílias dos três jovens da Universidade do Minho, que perderam a vida em 2014 sob um muro que desabou em Gualtar, pedem uma indemnização de 450 mil euros à Câmara Municipal de Braga e à empresa JM-Gestão de Condomínios, Lda. Cada família reclama 150 mil euros por dano por morte e danos não patrimoniais.

O acidente ocorreu em 23 de abril de 2014, durante uma ação de praxe, quando quatro estudantes subiram a uma estrutura de caixa de correio em betão, resultando no colapso da mesma e na morte de três colegas na base.

No processo, as famílias argumentam que tanto a Câmara quanto a empresa foram alertadas sobre o mau estado da estrutura, mas nada fizeram para corrigir a situação. As acusações incluem negligência grosseira, alegando que a morte dos jovens poderia ter sido evitada com a devida precaução.

A Câmara de Braga nega a responsabilidade no acidente, afirmando que não tinha qualquer ligação à queda da caixa de correio. Na contestação, o advogado da empresa JM-Gestão de Condomínios, Nuno Albuquerque, argumenta que a responsabilidade pela manutenção da estrutura cabia aos proprietários e ocupantes do Edifício Olympus UM, desde 1996.

O acidente ocorreu durante uma celebração estudantil, pouco antes das festas académicas do Enterro da Gata, resultando em mortes imediatas e deixando marcas irreparáveis nas famílias das vítimas. O julgamento, inicialmente agendado para a última quinta-feira, foi adiado devido à falta de notificação de algumas testemunhas.