O Sporting conseguiu uma notável reviravolta na segunda parte, derrotando o SC Braga por 4-2, depois de estar a perder por 2-0 ao intervalo, em jogo da 11ª jornada da I Liga. Este confronto também marcou a despedida de Rúben Amorim do comando dos ‘leões’, antes de assumir o cargo no Manchester United.

Ricardo Horta marcou os dois golos do SC Braga na primeira parte (aos 20 e 45 minutos), quebrando uma série pessoal sem marcar. No entanto, o Sporting recuperou com uma atuação dominante na segunda metade, com golos de Morita (58’), Hjulmand (81’) e Harder (89’ e 90+4’).

Com esta vitória, o Sporting atinge uma série de 11 triunfos consecutivos, igualando um recorde histórico do clube, datado de 1990/91. A equipa ‘leonina’ mantém-se como líder do campeonato, à espera do resultado entre Benfica e FC Porto.

Apesar de um início forte e organizado pelo SC Braga, que entrou em bloco baixo e teve uma vantagem física após a Liga Europa, os últimos minutos foram fatais para os minhotos. Na segunda parte, Rúben Amorim realizou várias substituições, incluindo a entrada de Morita e Harder, que desempenharam papéis decisivos na recuperação do Sporting.

Ao final do jogo, Amorim celebrou com os seus jogadores, despedindo-se de forma calorosa no centro do campo, selando a sua passagem pelo Sporting com mais uma vitória memorável.

Declarações de Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Braga, após a derrota (2-4) na receção ao Sporting em jogo da 11.ª jornada da Liga:

[O que faltou para segurar o resultado?] «Faltou energia, apenas isso. Contexto do jogo: o Sporting jogou na terça-feira, nós na quinta, menos de 72 horas já estávamos a jogar outra vez com viagem incluída. Sabemos que a segunda parte, a partir dos 60 minutos, a equipa podia entrar em dificuldade. Pensámos em entrar bem, marcar golos, e se fizermos golos temos de ter a capacidade de suster o adversário que marca golos a todas as equipas. Tivemos cinco avançados dentro do canto, jogámos para a frente, destemidos, manietámos o Sporting e chegámos ao 2-0. Na segunda parte queríamos fazer o mesmo. Dificuldade: capacidade física do adversário, o Rúben meteu defesas mais frescos para não nos permitir ataques. Há um canto, sofremos golo numa bola parada. Passado pouco tempo um remate fora da área, sofrendo depois outro golo de fora da área. Muito orgulho dos meus jogadores, fizemos o que tinha de ser feito. Tinha de ser com tudo de início, tinha de ser esta estratégia, funcionou bem, tenho de dar os parabéns à minha equipa, são humanos. Gostaria de estar na situação contrária, fomos penalizados, podia ter substituídos médios, é uma realidade, depois do jogo podemos fazer esta análise».

[Primeira parte perfeita. Foi apenas energia, ou o adversário estava muito motivado com a questão do treinador?] «Sofremos um golo de canto, um remate de fora da área – mérito de quem remata, mas não foi construído. Não me estou a desculpar, já estou habituado a questões como os jogadores são profissionais, recebem muito dinheiro, têm é de jogar de três em três dias, mas isso não faz dos jogadores super-homens para jogar com menos de 72 horas».

[O que se pode fazer para melhor a situação da recuperação entre jogos?] «É uma situação complicada. Já tive uma situação idêntica, quem joga na Liga Europa ou na Liga Conferência tem de jogar na quinta e forçosamente no domingo, por causa da questão das seleções. O jogo de quinta para segunda feira marca toda a diferença. Penso que ainda vamos ter uma situação idêntica, já nos aconteceu em Barcelos, em que tivemos de sofrer».

[Primeira parte com índices de concentração elevados] «Dei os parabéns aos jogadores, foram bravos, lutaram, estabelecemos um plano muito rápido. Utilizámos muito o vídeo, fomos ao campo com os jogadores sem condições mínimas, sofremos um golo num canto, repito, e dois de fora da área».

Declarações de Ruben Amorim após a vitória do Sporting sobre o Sp. Braga, neste domingo (4-2), em flash interview à Sport TV:

«Foi melhor do que queria. Obviamente que queria não ter sofrido neste jogo, mas da maneira como acabou, foi muito mais do que podia esperar. Vou tão mais descansado porque estes jogadores são inalcalçáveis. Entramos devagarinho na primeira parte, a fazer aquilo que outras equipas na Europa nos fazem, que é deixar correr o tempo. Em duas transições sofremos dois golos evitáveis. Chega hoje o fim desta aventura mas não podia ter pedido um melhor momento.» 

[Este jogo é a metáfora da sua passagem em Alvalade]

«Em noventa minutos contámos a história que todos vivemos, não sou só eu. De muito sofrimento, lutar até ao fim, com os golos do Coates nos descontos. Hoje foi o Harder. Fomos a equipa que sempre quis mais. Nos vinte minutos finais, notou-se maior frescura da minha equipa, o Braga jogou naquinta-feira. Aproveitámos isso.»

[Encarou este jogo como o desafio final?]

«O próximo jogo é que é o desafio final. Hoje [a vitória] teve muito mais sabor do que na terça-feira. A semana da Liga dos Campeões so acaba no fim de semana e fechamos assim a semana. depois, na ganhamos no nosso campeonato e aqui temos a obrigação de ganhar.»

[Celebração com os jogadores e apito final]

«Já me tinha despedido e quando se ganha são os jogadores que interessam. Foram eles que viraram o jogo. Custou-me mais ver o Pote a chorar e a sair. Já não é a primeira vez. Custa-me muito, sei que o Pote está um bocadinho zangado comigo porque custou bastante, o final foi toda a gente a sentir que era importante ganhar. Terão um grande treinador, sem dúvidas.»

[Balanço final]

«Os resultados não foram perfeitos porque podíamos ter ganho mais. Não esperávamos ganhar tanto, parece contrassenso mas não é. Foi uma aventura inacreditável que nós vivemos, todas as viagens, marcou-me muito, fui sempre muito feliz e nunca me senti sozinho. Acho que é especial. Neste momento, o Sporting é um clube especial.» 

[João Pereira]

«Há mais incertezas do meu lado do que do lado do Sporting. Estou muito confiante que o Sporting vai seguir o seu caminho. O discurso pode ser diferente ams se eles continuarem muito humildes, vão ter o mesmo trabalho.»

[Será o ‘Smiling One’?]

«Tenho noção do que é importante na vida. Sei que vou andar mais bem disposto se ganhar, mais mal disposto se perder. A minha essência não vou perder, mais depressa perco a carreira de treinador. É o que tiver de ser.»

[Bruno Fernandes já lhe deixou elogios]

«Bruno entusiasmado? Espero que sim. Noutras fases, poderá não estar tanto [risos].» 

Ficha de Jogo

Jogo disputado no Estádio Municipal de Braga.

SC Braga – Sporting, 2-4.

Ao intervalo: 2-0.

Marcadores

1-0, Ricardo Horta, 20 minutos.

2-0, Ricardo Horta, 45.

2-1, Morita, 58.

2-2, Hjulmand, 81.

2-3, Harder, 89.

2-4, Harder, 90+4.

Equipas

– SC Braga: Matheus, João Ferreira, Paulo Oliveira, Niakaté, Roger (Victor Gómez, 61), Vítor Carvalho, João Moutinho (Gharbi, 90+2), Gabri Martínez, Ricardo Horta, Bruma e El Ouazzani (Roberto Fernández, 61).

(Suplentes: Hornicek, Victor Gómez, Bambu, Adrián Marín, Yuri Ribeiro, Gorby, André Horta, Gharbi e Roberto Fernández).

Treinador: Carlos Carvalhal.

– Sporting: Franco Israel, Debast (St. Juste, 46), Diomande, Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 80), Geovany Quenda, Hjulmand, Daniel Bragança (Morita, 56), Maxi Araújo (Harder, 56), Trincão, Pedro Gonçalves e Gyökeres.

(Suplentes: Kovacevic, Ricardo Esgaio, Eduardo Quaresma, St. Juste, Gonçalo Inácio, Morita, João Simões, Geny Catamo e Harder).

Treinador: Rúben Amorim.

Árbitro: Luís Godinho (Évora).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Pedro Gonçalves (13), João Ferreira (38), Roger (45+2), Diomande (53), El Ouazzani (57), Paulo Oliveira (68), Hjulmand (80), Gabri Martínez (90) e Geovany Quenda (90+1).

Assistência: 20.585 espetadores.

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