O FC Farense venceu o FC Famalicão por 2-1, na partida da 15.ª jornada da I Liga, disputada esta quinta-feira. Com esta vitória, a equipa algarvia conquistou a sua primeira vitória fora de casa no campeonato e subiu provisoriamente ao 15.º lugar, com 12 pontos, deixando a zona de descida. Já o Famalicão, que continua sem vencer sob a direção do novo técnico Hugo Oliveira, mantém-se no 9.º posto, com 19 pontos.

O jogo teve um início em que o Famalicão dominou a posse de bola, mas a equipa não conseguiu materializar essa superioridade em oportunidades claras de golo. A primeira boa chance surgiu aos 18 minutos, quando Topic, na sequência de um canto, cabeceou ao poste. O Farense, por sua vez, revelava-se letal nos contra-ataques e foi eficiente na definição das jogadas.

Aos 30 minutos, os algarvios inauguraram o marcador. Elves Baldé iniciou o contra-ataque e assistiu Marco Matias, que não desperdiçou, colocando o Farense em vantagem. O Famalicão demorou a reagir e viu o Farense ampliar a vantagem logo após o intervalo, aos 47 minutos, com Miguel Menino a rematar de forma fulminante, fazendo o 2-0.

A equipa da casa reagiu, tentando pressionar mais na segunda parte, mas continuou a mostrar dificuldades na finalização. Mário González e Gustavo Sá, ambos com bons remates, não conseguiram reduzir a diferença no marcador. Aos 77 minutos, o Farense ainda teve uma oportunidade para aumentar a vantagem, mas o remate de Pastor passou por cima da baliza.

Aos 80 minutos, o Famalicão chegou ao 2-1, graças a uma grande penalidade convertida por Óscar Aranda, após falta de Ângelo Neto sobre Sorriso. Apesar da esperança renovada, os minhotos não conseguiram evitar a derrota e o jogo terminou com a vitória do Farense.

O Famalicão tenta reagir à crise de resultados, enquanto o Farense dá um passo importante na luta pela manutenção.

Hugo Oliveira, treinador do Famalicão, na sala de imprensa, após derrota por 2-1 frente ao Farense:

«Demos meia parte de avanço ao Farense. Entrámos de forma lenta e, por algum receio, tentámos jogar mais de forma segura, acabando por dar meia parte de avanço ao adversário. Com isso veio o golo do Farense.

Depois corrigimos ao intervalo e aparecemos mais intensos e dinâmicos. No entanto, surgiu a perda de bola e um grande golo do Farense. Mesmo depois disso, veio o nosso melhor momento, perdemos o receio e começámos a criar perigo. O resultado não foi justo, não estamos satisfeitos, queríamos muito mais e tínhamos de fazer mais.

Temos de colocar em jogo o que fazemos durante a semana e acreditar nelas. Temos de ter os olhos na baliza do adversário. Os jogadores acreditam nisso, mas temos de chegar ao jogo e fazê-lo. Temos de encontrar dinamismo para ultrapassar equipas que se fecham muito atrás.

[o que tem de trabalhar mais, a parte tática ou o psicológico?] Não se pode separar as partes, a parte tática, técnica, física e psicológica. O Famalicão já vem de algum tempo de não ganhar em casa e precisamos dos adeptos, que estejam ao nosso lado e nos empurrem. Que exijam de nós, mas que saibam sofrer connosco para trazer a alegria de ganhar. Era isso que queríamos fazer hoje, queríamos dar uma prenda ao Zlobin e aos adeptos. Terminamos o jogo na máxima intensidade. O jogo tinha de ter mais tempo e espaço para jogar. Não são desculpas, mas a verdade é que o futebol para ser amado tem de ser jogado e tem de haver tempo para que ele apareça».  

Tozé Marreco, treinador do Farense, na sala de imprensa, após vitória por 2-1 frente ao Famalicão:

«Acho que foi uma vitória suada, mas justa. Não controlamos uma bola parada e foi ao poste e parece-me que foi a única oportunidade do Famalicão. Controlamos todo o jogo e a vitória acaba por ser justa. Ainda temos muito trabalho pela frente, temos de melhorar, para futuro, a definição nos últimos 30 metros.

Quando o jogo parecia estar controlado, metemos nós o Famalicão no jogo e é normal que a equipa da casa vá em busca do empate. Conseguimos segurar e conquistar os três pontos. Já respiramos um pouco melhor, mas ainda há muito trabalho para fazer. Não foi a melhor exibição, mas temos mais consistência. Os últimos três golos sofridos foram de penálti e um autogolo.

[tranquilidade da equipa] Senti isso e estranhamente estava tranquilo antes do jogo. Desde que chegámos perdemos com o Braga e com o Benfica e o último jogo perdemos como perdemos, não foi culpa dos rapazes. Nos primeiros jogos o objetivo era pontuar, mas a confiança vem com uma coisa: saber o que temos de fazer e eles sabem o que têm de fazer. Este penálti não se discute, mas este é o sexto da época.

[preocupa não poder inscrever jogadores?] Sou treinador principal, não sou presidente. Há clubes tão sérios e competentes como o Farense, mas mais não há. Estou focado no que controlo, no resto não me preocupo. Já tivemos sete ou oitos jogadores de fora e as minhas conversas têm sido muito pouca de reforços.

[exibição de Miguel Menino] O meu objetivo é que ele chegue rapidamente à seleção. Quando fiz a avaliação do plantel, era o jogador que não tinha expetativa nenhuma e é o jogador que é. A postura dele é de altíssimo nível, mas tem de melhorar algumas coisas para o levar para outro patamar. Não foi a primeira grande exibição dele, não foi só hoje. Vamos ouvir falar muito dele no futuro».

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio Municipal de Famalicão, em Vila Nova de Famalicão.

Famalicão – Farense, 1-2.

Ao intervalo: 0-1.

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0-1, Marco Matias, 30 minutos.

0-2, Miguel Menino, 47.

1-2, Óscar Aranda, 80 (grande penalidade).

Equipas

– Famalicão: Carevic, Lucas Calegari (Rodrigo Pinheiro, 52), Mihaj, Riccieli, Rafa Soares, Topic, Zaydou (Mathias de Amorim, 66), Gustavo Sá, Gil Dias (Sorriso, 66), Óscar Aranda e Rochinha (Mário González, 53).

(Suplentes: Gabriel Cabral, Tom van de Loi, Sorriso, Mário González, Mathias de Amorim, Justin de Haas, Rodrigo Pinheiro, Otso Liimatta e Afonso Rodrigues).

Treinador: Hugo Oliveira.

– Farense: Ricardo Velho, Pastor, Lucas Áfrico, Marco Moreno, Poloni, Cláudio Falcão, Ângelo Neto (Artur Jorge, 88), Miguel Menino (Filipe Soares, 88), Elves Baldé (Merghem, 77), Dário Poveda (Tomané, 71) e Marco Matias (Alex Bermejo, 71).

(Suplentes: Cañizares, Artur Jorge, Tomané, Alex Bermejo, Filipe Soares, Raúl Silva, Rivaldo, Jaime Pinto e Merghem).

Treinador: Tozé Marreco.

Árbitro: Miguel Nogueira (AF Lisboa).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Ângelo Neto (07), Gil Dias (14), Lucas Áfrico (33), Elves Baldé (52), Pastor (82), Óscar Aranda (83) e Miguel Menino (86).

Assistência: cerca 2.000 espetadores.

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