Ministério da Saúde alarga rastreio de cancro da mama a novas faixas etárias

As mulheres que completarem 45 anos em 2025 serão chamadas para realizar mamografias ao longo do ano, de acordo com o itinerário das carrinhas da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), anunciou o Ministério da Saúde.

Esta decisão surge na sequência da atualização da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que ampliou o rastreio do cancro da mama para mulheres entre os 45 e os 74 anos. Até agora, o rastreio era destinado apenas às mulheres com idades entre 50 e 69 anos, alinhando agora com as recomendações da União Europeia.

Operacionalização assegurada em todo o país
A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, garantiu que todas as condições para a implementação do alargamento do rastreio estão reunidas. Em 38 Unidades Locais de Saúde (ULS), a LPCC disponibilizará carrinhas móveis com equipamento de mamografia, que percorrerão o país.

No Algarve, único distrito não coberto pela LPCC, a responsabilidade será assumida pela Associação Oncológica do Algarve, através de um protocolo em fase final de negociação com a ULS do Algarve e a Direção Executiva do SNS.

Com este alargamento, espera-se convocar cerca de 1.050.000 mulheres por ano, aumentando a deteção precoce da doença e contribuindo para a redução da mortalidade associada ao cancro da mama.

Substituição por mamografia 3D (tomossíntese mamária)
A norma atualizada da DGS prevê ainda a introdução progressiva da tomossíntese mamária (mamografia 3D), substituindo a técnica convencional de imagem. Este processo será implementado gradualmente entre 2025 e 2026, implicando investimentos adicionais na substituição dos equipamentos.

Dados epidemiológicos do cancro da mama em Portugal
Em 2020, foram diagnosticados 7.425 novos casos de cancro da mama, dos quais 78% eram de mulheres com 45 ou mais anos. Em 2021, registaram-se 1.798 óbitos por esta doença, sendo 46% em mulheres entre os 45 e 74 anos.

Os programas de rastreio têm mostrado eficácia na redução do risco de morte por cancro da mama e no diagnóstico de casos em fases menos avançadas. A ampliação do rastreio à faixa etária de 45 a 74 anos é, assim, uma aposta significativa na saúde pública.

O protocolo atualizado entre o Ministério da Saúde e a LPCC será assinado em breve, contemplando as mudanças no rastreio e o plano para modernizar os aparelhos de diagnóstico.

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