Estudo revela que obstáculos financeiros e habitacionais são os principais fatores para a permanência prolongada dos jovens no lar familiar.
Os jovens da Geração Z estão a sair cada vez mais tarde de casa dos pais, não por razões culturais, mas devido às crescentes dificuldades no acesso à habitação. Esta é uma das conclusões preliminares do projeto de investigação “Housing4Z: Habitação, Bem-Estar e Desigualdades no Sul da Europa”, que analisa a realidade habitacional dos países do Sul da Europa, onde uma elevada percentagem de jovens entre os 18 e os 34 anos continua a residir no domicílio parental.
Em entrevista à Agência Lusa, Romana Xerez, coordenadora do estudo, destacou que a Geração Z enfrenta um contexto de crises múltiplas – económicas, energéticas e climáticas –, que dificultam a sua autonomia habitacional. Além disso, a investigadora sublinhou que esta geração revela desvantagens crescentes em comparação com as anteriores, sendo a família um elemento essencial na transmissão intergeracional de património nos países do Sul da Europa.
As conclusões preliminares do estudo serão apresentadas esta sexta-feira, entre as 09h00 e as 13h00, numa conferência no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, também acessível via Zoom.
O projeto Housing4Z pretende fornecer evidência científica sobre como as políticas públicas e privadas podem contribuir para a melhoria das condições de habitação e para a promoção da justiça social entre as gerações mais jovens. Os resultados finais deverão ser divulgados nos próximos meses.