Golo de Cauê aos 90+5′ dita empate na luta pela manutenção
O AVS empatou este sábado frente ao Casa Pia AC, por 1-1, num jogo marcado pela intensa chuva na Vila das Aves e válido para a 30.ª jornada da Liga Portugal Betclic.
A equipa da casa entrou praticamente a vencer. Tunde aproveitou uma falha defensiva de João Goulart, recuperou a bola e, com um remate de pé esquerdo, inaugurou o marcador logo nos minutos iniciais, sem hipóteses para o guarda-redes Sequeira.
Contudo, o desfecho foi amargo para os adeptos do AVS. Já nos descontos, aos 90+5 minutos, o Casa Pia protagonizou um contra-ataque rápido: Cauê lançou Cassiano em profundidade, este cruzou para Andrian Kraev, que rematou ao segundo poste. Kiki Afonso ainda evitou o golo com um corte em cima da linha, mas Cauê apareceu para fazer a recarga e garantir o empate.
Com este resultado, o AVS somou apenas um ponto e falhou uma vitória importante na luta pela manutenção. A formação avense continua em posição delicada, a dois pontos do Estrela da Amadora (com menos um jogo) e com três de vantagem sobre o Boavista e o SC Farense, último classificado. Já o Casa Pia, com 41 pontos, mantém-se tranquilo no oitavo lugar da tabela.
Rui Ferreira, treinador do AVS, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao Casa Pia:
«É algo que é incompreensível a forma como sofremos o golo. Fizemos o golo bem cedo e a partir daí houve mais contenção. O Casa Pia, uma equipa que está a fazer um bom campeonato, com mais bola e nós à espera de uma transição. Vínhamos de muitas derrotas e era fundamental manter a coesão. O certo é que estava a funcionar. Houve uma grande oportunidade para o Casa Pia, o Ochoa faz uma grande defesa, mas o jogo estava controlado.
No desfecho, sofrer um golo em transição é inadmissível e frustrante. Temos de ver as coisas de uma forma positiva e somamos um ponto na nossa luta. Temos de cimentar este ponto e interrompemos um ciclo negativo, que também era importante. Não podemos sofrer um golo como sofremos, por isso não há muito a dizer sobre a história do jogo. Dar os parabéns ao Casa Pia que tem feito uma boa campanha que está a fazer.
[como se justifica o Aderllan, jogador experiente, ter ido ao ataque numa fase crucial do golo]
Às vezes durante o jogo em que apelamos para os níveis de concentração dos jogadores. Aquele era o momento de fazer muita contenção porque o jogo já estava partido e não queríamos desmanchar a nossa linha de cinco. Às vezes passa o instinto de confiança na cabeça dos jogadores e são coisas que não conseguimos controlar. Quando se está na mó de baixo e quando se dá algum espaço ao adversário acaba sempre por fazer golo. Temos de aprender com os erros e dizer que a equipa teve um bom comportamento coletivo.
É difícil. Sou treinador e líder da equipa e quando alguém falha, sou eu que falho. Temos de transformar nos erros individuais em erros coletivos».
João Pereira, treinador do Casa Pia, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao AVS:
«Começámos de uma forma que não devíamos ter começado. Foi uma infelicidade do João Goulart, mas a equipa reagiu depois tivemos de correr atrás do empate, para depois tentar a vitória. Jogámos contra uma equipa muito fechada, a tentar as transições, nós tentámos tudo, construir a três, tentámos com dois avançados, com três, depois dois mais dois, com muita gente a carregar na frente e felizmente conseguimos o empate. Digo felizmente porque acaba por ser o empate que nos iguala à melhor pontuação de sempre do Casa Pia.
[o que tentou com as substituições na segunda parte?] A dinâmica passava por, numa primeira instância, estar numa construção a três, mas com o Lelo e o Geraldes com liberdade para crescer. Isso fazia com que por vezes tivéssemos em dois mais um, com o Pablo a acrescentar na área, passamos o Tiago Dias para a direita.
Esta foi uma semana importante para nós e este jogo é dedicado à Matilde. Desejar, também, a melhor sorte do mundo ao AVS e desejar boa sorte até ao final porque não estão no pior cenário do mundo, mas também não estão no melhor. Com trabalho tudo se consegue».