O Aves SAD deu um passo importante rumo à permanência na I Liga ao vencer, este sábado, o Vizela por 3-0, na primeira mão do play-off de acesso ao principal escalão do futebol português.
Os golos surgiram na segunda parte: Gustavo Assunção inaugurou o marcador aos 62 minutos através de uma grande penalidade, e Tunde Akinsola selou o resultado com um bis rápido, aos 67’ e 70’.
A formação avense, que repete a presença no play-off pelo segundo ano consecutivo, mostrou-se mais eficaz perante um Vizela combativo, mas com dificuldades na finalização. Apesar de conseguir manter a posse de bola dividida, a equipa vizelense não conseguiu criar reais oportunidades de golo — a melhor surgiu numa transição aos 44 minutos, quando Vivaldo rematou ao lado.
O jogo começou com um susto logo no primeiro minuto, quando José Luís e Mercado quase causavam perigo na área vizelense. José Mota, treinador do Aves SAD, viu o cartão vermelho aos 24 minutos, numa altura em que a sua equipa começava a perder alguma intensidade ofensiva.
Ainda assim, os avenses foram crescendo no jogo, ameaçando sobretudo nas bolas paradas, com Jorge Teixeira em destaque nas disputas aéreas. A grande penalidade sofrida por José Luís aos 59 minutos foi o ponto de viragem, com Gustavo Assunção a não desperdiçar.
A partir daí, o Vizela desorganizou-se e sofreu dois golos em rápidas transições finalizadas por Tunde, numa sequência que praticamente fechou o encontro.
Nos minutos finais, o Vizela tentou reagir, chegando mesmo a acertar no ferro com um livre cobrado por Mörschel, mas sem alterar o marcador.
A segunda mão está agendada para domingo, 1 de junho, às 19h45, em Vizela.
Declarações de Fábio Pereira, treinador do Vizela, na sala de imprensa do Estádio do Desportivo das Aves, após a derrota (3-0) frente ao AVS na 1.ª mão do play-off. Foi a primeira derrota do técnico, ao fim de 21 jogos:
«Na primeira parte fomos muito melhores, principalmente no plano ofensivo. Fomos a única equipa que procurou dominar o jogo, conseguimos aproximar inúmeras vezes da baliza do AVS, mas não fomos eficazes. No início da segunda parte a toada não foi muito diferente e num erro nosso, um mau passe, permitimos uma transição que originou a grande penalidade. Tenho muitas dúvidas se é grande penalidade, o João Reis toca primeiro na bola. A equipa intranquilizou-se com o golo sofrido e, quando fizemos substituições, em mais duas transições o AVS acabou por fazer mais dois golos. Reagimos na parte final do jogo, temos uma oportunidade dois para o guarda-redes, uma bola do Morschel na trave. Não fomos eficazes. O resultado é demasiado pesado para o que se passou. É futebol, o AVS foi eficaz, tivemos mais aproximações perigosas, mais cantos, mais tudo, mas não fomos felizes na finalização».
[Reação do grupo após 20 jogos sem perder] «Se há uma coisa que temos no nosso balneário é uma crença muito grande nas nossas capacidades, no nosso trabalho, no nosso ADN. Desengane-se quem pensa que vamos dar falta de comparência. Acreditamos muito que um golo nos coloca dentro da eliminatória, e vamos atrás disso, é essa a mensagem. Não vamos desistir, estamos no intervalo de uma eliminatória, se calhar se a bola do Morschel entra estávamos com outra perspetiva. Temos capacidade para fazer um ou dois golos e entrar novamente no resultado».
Declarações de José Mota, treinador do AVS, na sala de imprensa do Estádio do Desportivo das Aves, após o triunfo (3-0) frente ao Vizela na 1.ª mão do play-off da Liga:
«Defrontámos um adversário com muito valor, com ambições legítimas de subir, que mantém. Sabíamos que íamos ter um adversário que nos ia por à prova. Foi o que aconteceu. O Vizela esteve bem melhor nos primeiros vinte minutos, adaptou-se melhor, não estivemos bem no momento de pressão no meio campo, mas a partir daí, com uma alteração que fiz – inverter o triângulo – começámos a ter mais tranquilidade com bola, fomos organizados e os dois médios do Vizela não tiveram a liberdade que estavam a ter. Começámos a sair, a ter livres, cantos e situações de mais perigo. Reconheço que tivesse mais bola, mas sem situações de golo. Preparámos o jogo para que ele fosse nesse sentido. Pretendíamos exercer uma certa pressão e sair em transição. Na primeira parte os guarda-redes não tiveram grande trabalho. Na segunda parte fomos mais tranquilos, mais organizados, saímos com mais perigo e com mais qualidade, os homens do corredor funcionaram muito melhor e criámos algumas situações, fizemos três golos. o Vizela poucas vezes chegou com perigo à nossa baliza, teve o remate à trave e pouco mais. Isto é para se ganhar, não é para se disputar, e para isso as equipas têm de ser muito inteligentes. Em jogos de 180 minutos é muito importante não sofrer golos. Os meus jogadores estão de parabéns, era esta a forma que pretendíamos para o jogo; vitória justa».
[Veio para a reta final, para a permanência. Já vai dormir melhor?] «Durmo sempre bem. Estou sempre de consciência tranquila pelo trabalho, apesar de por vezes as cosas saírem ao contrário. Da forma como trabalhámos, pela forma como o grupo se uniu, vínhamos de um resultado muito difícil, tivemos dois ou três dias para levantar a cabeça, tínhamos alguma vergonha, e sabíamos que não podíamos ter outro pesadelo, pelo contrário, e os pesadelos acontecem quando estamos a dormir».