Ex-vice-presidente apresenta projeto de modernização e valorização dos clubes do distrito

Pedro Sousa confirmou oficialmente a sua candidatura à presidência da Associação de Futebol de Braga. Em comunicado, destacou que pretende “servir os Clubes e fortalecer – com proximidade, transparência e rigor – o Futebol e o Futsal no Distrito de Braga”.

O candidato, que já exerceu funções de 1º Vice-Presidente da A.F. Braga e coordenou o programa “Crescer 2020+” em parceria com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sublinha que a associação necessita de “um projeto fresco, transversal e corajoso de modernização, de ambição e futuro, sempre com responsabilidade, ética e boa governança”.

Pedro Sousa apresentou como linhas orientadoras da candidatura a valorização dos clubes, modernização da A.F. Braga, formação e qualificação, estrutura competitiva, Academia de Arbitragem, infraestruturas, transparência e boa governação.

Entre os projetos estruturantes defendidos estão a criação do Braga Football Hub | Escola de Formação Desportiva, em parceria com a Universidade do Minho e outras instituições; a implementação da A.F. Braga TV; e a construção da Casa do Futebol Distrital.

Nos próximos dias, Pedro Sousa apresentará a equipa que o acompanhará e o plano estratégico para o mandato. As eleições da A.F. Braga estão agendadas para 12 de setembro e contam, até agora, com dois candidatos: Pedro Sousa e Miguel Azevedo.

1. Valorização dos Clubes: reforço dos apoios financeiros, técnicos e organizativos às coletividades de base – atribuídos por direito, na base de um regulamento, com transparência e não por favor – ao mesmo tempo que, com rigor e sustentabilidade, assumimos a intenção de, à medida que aumentarmos as nossas receitas (na base de um plano comercial e de negócio [atualmente inexistente], bem como de uma estratégia de valorização da marca AF Braga, que apresentaremos logo após vencermos as Eleições) – reduzir, gradualmente, os valores cobrados aos Clubes, aliviando, assim, as enormes dificuldade com que se confrontam diariamente;

2. Modernização da AF Braga: criação de um ecossistema digital que simplifique processos, poupe tempo e recursos aos dirigentes e torne as decisões mais ágeis;

3. Formação e Qualificação: estabelecer um protocolo com a Universidade do Minho – base de uma Escola de Excelência – o Braga Football Hub – para atletas, técnicos, dirigentes, árbitros, Pais e demais “stakeholders”;

4. Estrutura Competitiva: inovar nos quadros competitivos, promovendo maior equilíbrio competitivo (recomendação UEFA), impulsionar o Futebol Jovem, o Feminino, o Futsal e os eSports. Criação de escalões por ano de nascimento, de forma a corrigir desigualdades maturacionais e, até aos 10 anos, eliminar todas as tabelas classificativas, focando-nos na dimensão lúdica do jogo, no desenvolvimento das habilidades psicomotoras e das competências sociais e humanas, seguindo as melhores práticas europeias. Esta mudança tem, igualmente, como preocupação, impactar os Pais, combatendo a pressão excessiva que muitas vezes colocam sobre os filhos, criando muitos problemas aos nossos Clubes/Dirigentes e contribuindo, de forma inaceitável, para situações graves de saúde mental e abandono precoce do Futebol;

5. Academia de Arbitragem: Captar + árbitros nos Clubes, Desporto Escolar e Desporto Universitário; Formar rumo à excelência com parcerias nacionais e internacionais; criar condições para Reter + árbitros, na defesa de uma arbitragem assente em três pilares: credibilidade, competência e independência.

6. Infraestruturas: incentivar e apoiar a melhoria e requalificação de Campos e Instalações desportivas, em parceria com Autarquias e outras entidades locais/regionais e nacionais/internacionais. Há hoje, desde o plano local (Câmaras Municipais), ao plano regional (Comunidades Intermunicipais e CCDR’s), nacional (Governo) e internacional (UEFA/FIFA: Comité das Associações Nacionais e Comité Hattrick), fundos, programas de financiamento, recursos e meios para se apoiarem mais os Clubes ao nível das infraestruturas. Todo este trabalho, desde a identificação de oportunidades de financiamento, ao desenvolvimento dos projetos e candidaturas será apoiado pela AF Braga e partirá de um trabalho cuidadoso de levantamento e caracterização de todas as Infraestruturas do Distrito (Carta de Infraestruturas Desportivas da AF Braga), que levaremos a cabo em diálogo e articulação entre o nosso Conselho Técnico, as Câmaras Municipais e as Freguesias;

7. Transparência e Boa Governação: envolver e dar mais voz aos Clubes nas decisões estratégicas, com Assembleias descentralizadas nos 14 Concelhos, prestação de contas regular e uma cultura de proximidade, contrariando Assembleias e Reuniões, como acontece há vários anos, das quais apenas meia dúzia de Clubes participam;

Estas prioridades traduzem-se em projetos estruturantes:

a) a criação do Braga Football Hub | Escola de Formação Desportiva, em parceria com a Universidade do Minho e outras Instituições de Ensino;

b) a implantação, com muitos anos de atraso, da AF Braga TV, plataforma digital para distribuição de conteúdos e transmissão das nossas competições – numa fase inicial, apenas dos jogos do Pró-Nacional e da 1ª. Divisão do Futsal – alargando-se, nos anos seguintes, aos demais Campeonatos, com monetização e distribuição de receitas de Anúncios e Publicidade aos nossos Clubes;

c) a construção da Casa do Futebol Distrital – espaço para as nossas Seleções distritais, para os nossos Clubes, para a Escola de Formação Desportiva da AF Braga e para a nossa Academia de Arbitragem, em parceria com entidades públicas locais e regionais e a FPF – se for essa a vontade, expressa, pelos nossos Clubes em AGeral – à semelhança do que já fizeram, e estão a fazer outras Associações Distritais (Anexos 5, 6 e 7).

Esta Carta, o nosso primeiro comunicado público – realizado, apenas, após a convocatória das Eleições pelo Senhor Presidente da Assembleia Geral, Dr. Alves Pinto, em absoluto respeito pelas regras e regulamentos da Associação de Futebol de Braga – seguiu em primeira mão, apenas, para os Clubes filiados na AF BRAGA. É assim que deve ser.

Recusamos uma AF Braga onde os Clubes são pressionados e aliciados em véspera de eleições com subsídios “ad hoc” ou descontos pontuais, sem transparência nem deliberação em Reunião de Direção, como tem acontecido todos os dias ao longo das últimas semanas. Estas vergonhosas práticas, acompanhadas pela violação grosseira dos deveres de neutralidade por parte de funcionários da Associação, apenas revelam a urgência de uma mudança estrutural e corajosa – e não de substituições cosméticas, meros jogos de lugares, rotatividade sem mudança ou danças das cadeiras.

Nos próximos dias, apresentarei quer a Equipa – os perfis e as competências – que me acompanhará neste desafio, quer o Plano Estratégico que nos guiará no próximo mandato, um programa aberto – já com contributos de muitos Clubes – estruturado e abrangente, um verdadeiro contrato com os Clubes onde assumiremos, por escrito e publicamente, o que faremos e como faremos, onde constará a nossa visão, bem como os nossos compromissos e, sobretudo, para com uma nova AF Braga, pintada a energia, AMBIÇÃO E FUTURO.

A AF Braga não pode ser, como é hoje, um centro de cobranças. Uma espécie de Banco, numa visão absolutamente errada, ultrapassada e obsoleta que entende que uma Associação rica é uma instituição que, enquanto os seus Clubes definham e soçobram face às dificuldades, acumula milhões de euros em depósitos a prazo e contas correntes.

A AF Braga pode, deve e vai ser a melhor Associação de Futebol do País, recuperando a tradição de vanguarda, inovação e liderança que já teve no Futebol Português, recuperando o seu espaço de intervenção e influência, entretanto perdido, ao mais alto nível – com pessoas do Distrito de Braga a representar-nos em funções de primeira linha (nas Direções da Liga e da Federação, no CArbitragem e no CDisciplina da FPF, etc), mas também no diálogo propositivo, mas exigente com o Conselho Nacional do Desporto, a Assembleia da República, o Governo e outros contextos institucionais de onde – por falta de estratégia e peso político – a AF Braga está arredada há demasiado tempo.