PS/PAN avança com providência cautelar para travar metrobus em Braga

António Braga defende que executivo não tem legitimidade para avançar com projeto a dias das eleições e propõe alternativa de metro ligeiro de superfície

O cabeça de lista da coligação Somos Braga (PS/PAN) à Câmara Municipal de Braga, António Braga, anunciou esta quinta-feira a interposição de uma providência cautelar para tentar suspender a implementação do BRT (Bus Rapid Transit, conhecido como metrobus) na cidade.

A decisão surge no mesmo dia em que os Transportes Urbanos de Braga (TUB) confirmaram a adjudicação da conceção e execução da primeira linha do BRT — a Linha Vermelha —, no valor de 32,6 milhões de euros, com a assinatura do contrato agendada para sexta-feira.

“Executivo não tem legitimidade”

Para António Braga, o atual executivo, liderado pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PPM), não tem condições políticas para tomar uma decisão desta envergadura a escassos dias das eleições autárquicas de 12 de outubro.

“Há dez candidaturas à Câmara de Braga, nove das quais já se manifestaram contra a solução BRT. Estamos a poucos dias das eleições, parece-nos óbvio que o executivo não tem legitimidade política para uma decisão desta dimensão e que deve deixar a decisão para quem vier a seguir”, afirmou em declarações à Lusa.

Problemas formais e terrenos por negociar

O candidato da coligação PS/PAN sustenta ainda que “não estão reunidas as condições formais para o avanço do processo”, lembrando que permanecem pendentes negociações e eventuais expropriações de terrenos necessários para a obra.

Além das questões jurídicas e procedimentais, António Braga considera que o BRT “não é a solução adequada para os problemas de mobilidade da cidade”. Em alternativa, defende a aposta num “metro ligeiro híbrido de superfície”, que, no seu entender, responde melhor às necessidades de Braga.

Proposta de reorientação de fundos

O candidato critica também a aplicação dos cerca de 75 milhões de euros de financiamento aprovados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no metrobus, defendendo que os fundos podem ser renegociados e redirecionados.

“Esse financiamento pode perfeitamente ser desviado para um programa de habitação pública para arrendamento a custos controlados. É apenas uma questão de renegociar”, afirmou.

Garantiu ainda que, caso vença as eleições, travará definitivamente o projeto: “Se ganhar, o BRT é mesmo para parar.”

Linha Vermelha em marcha

Segundo os TUB, a Linha Vermelha do BRT ligará a estação ferroviária ao Hospital de Braga, passando pela Universidade do Minho. O traçado contará com 12 estações, plena integração com a rede dos TUB e bilhética única.

O investimento total, incluindo veículos, cifra-se em 75,5 milhões de euros, integralmente financiados pelo PRR, com prazo de execução até 30 de junho de 2026.

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