Com uma taxa de cobertura de 71%, o país destaca-se na última campanha sazonal e reforça o compromisso com a saúde pública
Portugal foi o terceiro país da União Europeia com maior cobertura de vacinação contra a gripe no último inverno, atingindo uma taxa de 71%, segundo dados divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC). Apenas Dinamarca (76%) e Irlanda (75%) superaram este valor, enquanto a Suécia se aproximou com 68%.
Apesar dos bons resultados destes países, o ECDC alerta que a maioria dos Estados-membros continua abaixo da meta europeia de 75%, especialmente entre os grupos vulneráveis e os profissionais de saúde, cuja taxa média de vacinação foi de apenas 32%.
Plano nacional de vacinação: um pilar desde 1965
Desde 1965, Portugal mantém um plano nacional de vacinação gratuito e universal, que visa proteger a população contra doenças com elevado potencial de ameaça à saúde pública e para as quais existem vacinas eficazes. Este compromisso tem sido essencial para alcançar níveis elevados de imunização e reduzir o impacto das epidemias sazonais.
Todos os invernos, a gripe causa milhões de infeções na Europa, resultando em centenas de milhares de hospitalizações e dezenas de milhares de mortes. As crianças são particularmente afetadas, segundo o ECDC, que também destaca o impacto do vírus sincicial respiratório (VSR) — responsável por cerca de 250 mil internamentos de crianças e 160 mil de idosos por ano — e a persistência do SARS-CoV-2, causador da covid-19.
Campanha atual com resultados promissores
A campanha de vacinação sazonal em Portugal arrancou há cerca de três semanas e já imunizou mais de 1,2 milhões de pessoas contra a gripe e cerca de 716 mil contra a covid-19. A iniciativa decorre até 30 de abril de 2026 em centros de saúde e em cerca de 2.500 farmácias, com o objetivo de vacinar 2,5 milhões de pessoas contra a gripe e 1,5 milhões contra a covid-19.
Está também em curso a segunda época de vacinação gratuita contra o VSR, que deverá abranger cerca de 76 mil crianças até 31 de março de 2026. A primeira campanha resultou numa redução de 85% nos internamentos em cuidados intensivos de bebés até aos três meses e de 40% entre os três e os seis meses.
Com estes números, Portugal reafirma a sua posição como referência europeia na prevenção de doenças respiratórias sazonais, reforçando a importância da vacinação como ferramenta essencial de saúde pública.
