FUTEBOL - O presidente Antonio Salvador e o diretor-geral Joao Gomes, antes da Assembleia Geral do SC Braga. Museu Dom Diogo de Sousa, Braga, sabado 21 de novembro de 2015. (ASF/PEDRO BENAVENTE)

oão Gomes, antigo diretor geral do clube arsenalista, apontou o dedo ao atual presidente, Pedro Faria.

O candidato à presidência do Varzim João Gomes acusou esta quinta-feira Pedro Faria, atual presidente do emblema poveiro, da II Liga, que também se recandidata, de “subalternização ao Braga”.

João Gomes, que encabeça a lista B para as eleições que acontecem no emblema poveiro este sábado, foi diretor geral da SAD do Braga durante 11 anos, e não gostou dos comentários que o rival eleitoral, Pedro Faria, teceu sobre a sua saída do emblema minhoto.

O atual presidente do Varzim, que encabeça a lista A, tinha afirmado que João Gomes foi alvo de um processo disciplinar “por gestão danosa, roubo e extorsão”, que levaram ao seu despedimento no Braga.

“O candidato da lista A, numa atitude de desespero, foi a Braga buscar pedras para atirar a este movimento varzinista, o que é repugnante. Hoje [quinta-feira] mesmo será entregue no tribunal um procedimento criminal contra o autor de tais afirmações insultuosas e indignas”, disse João Gomes.

O ex-diretor dos bracarenses disse ter conhecimento que “o atual presidente do Varzim e mais uma pessoa foram a Braga, reunir-se com o responsável máximo do clube”, considerando tal um “ato de subalternização”. “Qual o custo das conversas e subalternização do Varzim para com o Sporting de Braga? Como pode o Varzim ter voz nos órgãos de poder, com a Liga à cabeça, se votos e subalternidade e independência já estão entregues?”, questionou João Gomes, numa conferência de imprensa promovida esta quinta-feira.

A resposta de Pedro Faria surgiu através de um comunicado, em que o atual presidente do Varzim afirma que João Gomes, “depois ter sido despedido com justa causa, na sequência de um processo disciplinar que o deixou desempregado, veio à pressa procurar no Varzim a sua nova ocupação”.

“Não precisámos de ir a Braga, porque todo o país sabe, e em especial no meio desportivo, quais as acusações que o Braga faz ao sr. João Gomes. Nós não insinuamos, nós afirmamos: foi despedido, com justa causa, pelas razões que o presidente do clube [António Salvador] já explicou”, disse Pedro Faria.

Ainda no âmbito das polémicas neste processo eleitoral no centenário clube da Póvoa de Varzim, João Gomes mostrou documentos que diz provarem que o atual líder do Varzim terá ficado com uma percentagem do passe do jogador Pedro Sá, que posteriormente foi vendido pelo Varzim ao Portimonense.

“Verifica-se a existência de práticas duvidosas que devem ser banidas de imediato, irei solicitar uma investigação às autoridades competentes. É um escândalo e mais um exemplo e gestão danosa no Varzim”, afirmou o candidato da lista B. “Os sócios terão de ser mais exigentes em relação às pessoas que elegem. Estamos a falar de muito dinheiro, que deveria ter entrado nos cofres do Varzim”, acrescentou João Gomes.

Pedro Faria defendeu-se destas acusações afirmando, no mesmo comunicado, que “os negócios do Varzim são transparentes”. “As contas do Varzim estão aprovadas, revisadas e auditadas externamente, pelo que é bom que parem de pôr em causa o bom nome do nosso clube só para tentar ganhar votos de forma enviesada e com recurso a mentiras”, sublinhou o atual presidente.

Pedro Faria afirmou que as insinuações da lista concorrente têm como base “cópias mal-amanhadas, de documentos falsos e truncados”, dizendo “desprezar essas calúnias” e afirmando que “o dinheiro entrou e vai continuar a entrar todo nas contas do Varzim”.

As eleições para os órgãos sociais do Varzim para o próximo triénio realizam-se este sábado, no estádio, estando as urnas abertas entre as 10h00 e as 17h00.