Queixas sobre os castigos e rituais violentos que, alegadamente, existiam no “convento” de Requião, em Famalicão, terão sido enviadas ao Papa Francisco por carta.
Uma das “noviças”, que esteve cerca de uma década na Fraternidade Cristo Jovem, terá enviado uma missiva para o Vaticano, dirigida ao atual Pontífice, sensivelmente na mesma altura em que denunciou o caso às autoridades judiciais.
Na carta manuscrita, datada de 25 de julho de 2015, cuja cópia está junto ao processo judicial consultado pelo JN, a jovem pede “auxílio e compreensão” e conta ter passado por um “inferno como num campo de concentração”. No mesmo documento, a mulher, hoje com 36 anos, diz que já tinha feito queixa a vários organismos eclesiásticos e remete cópia das 26 páginas da denúncia. Pede “medidas concretas” para resolver a situação, “ajuda e justiça”. “Foram muitos anos de agressões contínuas”, lê-se no documento.
O relato do que se passava no “convento” – uma propriedade murada de cerca de quatro hectares, com jardins e bouças, uma tipografia, quartos e capelas – tinha sido feito em 2014 através de cartas de “noviças” e seus familiares a denunciar o “terror” ao arcebispo de Braga e ao responsável pela vida consagrada da diocese.
in “JN”