O Vitória de Guimarães conseguiu hoje a maior goleada em jogos fora de casa para a I Liga portuguesa, ao impor-se no estádio do Famalicão por 7-0, num jogo da 20.ª jornada que dominou totalmente.

Os vimaranenses superaram as goleadas por 5-0 conseguidas nos redutos do Atlético (1962/63) e do Varzim (1968/69), numa partida em que marcaram dois golos nos 15 primeiros minutos, por Bruno Duarte (cinco) e João Carlos Teixeira (14), ficou em superioridade numérica após expulsão de Anderson (26), e chegou a números históricos com tentos de Marcus Edwards (49 e 79), Pepê (52), de novo João Carlos Teixeira (54) e Davidson (67).

Num jogo em que se apresentou maioritariamente com segundas opções, na antecâmara da segunda mão da meia-final da Taça de Portugal, com o Benfica, na terça-feira, o Famalicão tornou-se a pior defesa do campeonato, com 36 golos sofridos, e manteve os 32 pontos, podendo ser alcançado na quinta posição pelo Rio Ave, enquanto o Vitória ascendeu ao sétimo posto, com 28.

O médio Gustavo Assunção foi o único elemento que se manteve ‘onze’ do Famalicão, face ao embate da primeira mão da ‘prova rainha’, com o Benfica (derrota por 3-2), ao passo que os vitorianos surgiram com um trio atacante diferente, composto por Marcus Edwards, Ola John e Bruno Duarte, avançado que inaugurou o marcador com um desvio subtil na pequena área, após passe de André André.

A equipa treinada por João Pedro Sousa quis reagir ao golo sofrido, mas, na hora de subir no terreno, deixou muito espaço entre a defesa e os elementos ofensivos, situação que o opositor aproveitou continuar a criar perigo e dilatar a vantagem: após perda de bola de Ofori, João Carlos Teixeira atirou para o fundo das redes, com um disparo rasteiro e cruzado, ainda fora da área.

Depois de André André ter falhado o terceiro golo vitoriano aos minutos 16 e 23, a equipa treinada por Ivo Vieira viu-se ainda mais confortável no jogo quando o famalicense Anderson foi expulso após pisar Florent no meio-campo, o que o árbitro Fábio Veríssimo considerou passível de cartão vermelho após a consulta do videoárbitro (VAR).

Em inferioridade numérica, os anfitriões recuaram no terreno, mas a baliza à guarda de Defendi continuou sob ameaça até ao intervalo, por João Carlos Teixeira, num remate por cima, aos 32 minutos, e de Marcus Edwards, à trave, aos 39.

O treinador João Pedro Sousa trocou Gustavo Assunção por Racic no meio-campo famalicense após o intervalo e Ofori foi o autor do primeiro remate perigoso para os da casa, ao minuto 46, mas o Vitória respondeu com três golos em menos de 10 minutos.

O inglês Marcus Edwards apontou o 3-0, com um remate que embateu em Racic, Pepê alargou a vantagem pouco depois, num disparo que ressaltou num adversário e na trave antes de tocar as redes, e João Carlos Teixeira ‘bisou’ num lance em que contornou Defendi, antes de encostar para o fundo das redes.

O resultado foi fechado por Davidson, com um remate rasteiro e cruzado no interior da área, e por Edwards, que se isolou e contornou o guardião adversário, antes de ‘bisar’.

João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, na sala de imprensa, após frente ao V. Guimarães:

João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, analisou a pesada derrota (0-7) sofrida na receção ao Vitória de Guimarães, para a 20.ª jornada da Liga.

«É um resultado pesadíssimo para nós. Tudo correu mal, por culpa própria. No primeiro erro que cometemos, sofremos o primeiro golo. No segundo erro, sofremos o segundo. Entrámos num desnorte tático e emocional muito grande. De cada vez que tentámos organizar-nos, cometemos mais erros. O adversário, com enorme qualidade, aproveitou. Na segunda parte, percebeu-se nitidamente que queríamos que o jogo acabasse. Foi tudo difícil de controlar, perante um adversário muito forte. Foi um resultado que nunca imaginávamos que iria acontecer», assumiu no final da partida.

«Tivemos jogadores que jogaram pela primeira vez, mas não fomos competentes. Tenho um orgulho muito grande de treinar estes jogadores, de os ver a trabalhar como trabalham. Mando-lhes um grande abraço, porque cabe aos grandes campeões superarem isso», acrescentou, sublinhando que a proposta de jogo do Famalicão é «inegociável» e que é desta forma que a equipa se irá apresentar terça-feira para defrontar o Benfica, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal:

– Aconteça o que acontecer, vamos jogar para ganhar. Hoje, levámos 7-0, porque aos 5-0, os meus jogadores estavam a jogar como treinam. Era muito fácil, aos 3-0, tentarmos fechar a equipa e enviar bolas longas para a frente. Na terça-feira, aconteça o que acontecer, a forma de jogar, vai ser esta, para tentar vencer o jogo e atingir a final.

«Estes jogadores têm dado muito ao Famalicão. Estamos a viver uma das páginas mais bonitas da história do clube. Arriscamo-nos a ter a página mais brilhante da história do clube se conseguirmos o acesso à final da Taça de Portugal, na terça-feira», rematou.

Ivo Vieira, treinador do Vitória Guimarães, na sala de imprensa, após frente ao Famalicão:

«É uma vitória inteiramente justa e com muito mérito dos meus jogadores. Mas queremos dar uma palavra de apreço para o Famalicão que está a fazer um campeonato fantástico. Nós hoje, infelizmente para os famalicenses, foi o nosso dia. Falar do resultado de hoje é muito fácil, mas temos de contextualizar no que foi o passado. O Vitória em outros jogos fez muito para conseguir marcar e resultados com algum volume e não teve essa felicidade. Hoje as bolas entraram quase todas e tivemos a felicidade que não tivemos em outros jogos.

A equipa produz muito volume ofensivo, tem mais remates, mais oportunidades e mais posse, mas não temos tido a felicidade que tivemos hoje. É um resultado bastante dilatado, mas os jogadores trabalharam muito para isso. Lembrar que aos 20/25 minutos o Famalicão ainda jogava com 11 e que nós já ganhávamos por 2-0 e tivemos outras duas oportunidades flagrantes. A equipa controlou o jogo de princípio ao fim. No passado já trocamos vários jogadores e a equipa deu sempre respostas. É bom ganhar na casa de um adversário que tem feito um campeonato muito bom de forma muito meritória.

Eu estou muito consciente do trabalho que faço. Não vi um Vitória diferente no Bessa e com o Rio Ave do que foi hoje. Apenas não fizemos golos. A equipa não faz golos, mas tem tido oportunidades para tal. No Bessa o Boavista fez um remate à baliza e fez golos. Hoje, infelizmente para o Famalicão, aconteceu, marcámos. Há jogos que não ganhámos porque não fazemos golos.

Temos de manter a consciência daquilo que fazemos e acreditar para onde vamos. Um resultado volumoso como o de hoje traz confiança, mas não pode trazer sobranceria. O próximo adversário [FC Porto] vai trazer-nos muitas dificuldades, mas vamos discutir o jogo na mesma. Hoje, montamos uma boa estratégia. O Famalicão manteve a forma de jogar. Temos de considerar que foi um dia infeliz para eles, mas há muito mérito para nós»

Veja aqui a maior goleada ate ao momento fora de casa imposta pelo Vitoria SC ao FC Famalicão

Ivo Vieira, treinador do Vitória Guimarães, na sala de imprensa, após frente ao Famalicão:

«É uma vitória inteiramente justa e com muito mérito dos meus jogadores. Mas queremos dar uma palavra de apreço para o Famalicão que está a fazer um campeonato fantástico. Nós hoje, infelizmente para os famalicenses, foi o nosso dia. Falar do resultado de hoje é muito fácil, mas temos de contextualizar no que foi o passado. O Vitória em outros jogos fez muito para conseguir marcar e resultados com algum volume e não teve essa felicidade. Hoje as bolas entraram quase todas e tivemos a felicidade que não tivemos em outros jogos.

A equipa produz muito volume ofensivo, tem mais remates, mais oportunidades e mais posse, mas não temos tido a felicidade que tivemos hoje. É um resultado bastante dilatado, mas os jogadores trabalharam muito para isso. Lembrar que aos 20/25 minutos o Famalicão ainda jogava com 11 e que nós já ganhávamos por 2-0 e tivemos outras duas oportunidades flagrantes. A equipa controlou o jogo de princípio ao fim. No passado já trocamos vários jogadores e a equipa deu sempre respostas. É bom ganhar na casa de um adversário que tem feito um campeonato muito bom de forma muito meritória.

Eu estou muito consciente do trabalho que faço. Não vi um Vitória diferente no Bessa e com o Rio Ave do que foi hoje. Apenas não fizemos golos. A equipa não faz golos, mas tem tido oportunidades para tal. No Bessa o Boavista fez um remate à baliza e fez golos. Hoje, infelizmente para o Famalicão, aconteceu, marcámos. Há jogos que não ganhámos porque não fazemos golos.

Temos de manter a consciência daquilo que fazemos e acreditar para onde vamos. Um resultado volumoso como o de hoje traz confiança, mas não pode trazer sobranceria. O próximo adversário [FC Porto] vai trazer-nos muitas dificuldades, mas vamos discutir o jogo na mesma. Hoje, montamos uma boa estratégia. O Famalicão manteve a forma de jogar. Temos de considerar que foi um dia infeliz para eles, mas há muito mérito para nós»