O Theatro Circo, em Braga, acolheu 98.282 espetadores em 2019 e teve uma bilheteira próxima dos 400 mil euros, números que este ano vão ficar “muito aquém” devido à pandemia de covid-19, foi hoje anunciado.

Em conferência de imprensa de apresentação de resultados e balanço da retoma de atividade do Theatro, a vereadora da Cultura na Câmara de Braga, Lídia Dias, anunciou ainda que aquela casa de espetáculos teve um resultado positivo de quatro mil euros.

Para Lídia Dias, a “solidez dos resultados” permite que o Theatro Circo “se afirme, neste período de pandemia, pela vanguarda e inovação”.

Já o presidente da câmara, Ricardo Rio, enfatizou que, apesar das dificuldades provocadas pela pandemia e de não ter havido nenhum apoio estatal direto a fundo perdido, o Theatro “honrou todas as suas responsabilidades” que tinha assumido com parceiros, prestadores de serviços e colaboradores.

Ricardo Rio sublinhou que o Theatro “não parou”, mas “apenas interrompeu a sua atividade externa durante algumas semanas”, tendo nesse período optado por uma programação ‘online’, como aconteceu em 21 de abril, dia em que a casa celebrou 105 anos e teve uma atividade ao longo de mais de 15 horas, com música, dança e poesia.

“Tivemos 25 mil visualizações em direto”, referiu Paulo Brandão, diretor artístico do Theatro Circo.

A casa reabriu ao público em 25 de junho, tendo já acolhido a iniciativa “7 Quintas Felizes” e sessões de cinema.

“Mesmo com todas as limitações, tivemos mais de 950 espetadores no ‘7 Quintas Felizes’ e 300 nas sessões de cinema”, disse ainda Paulo Brandão.

Com as restrições impostas pela pandemia, o Theatro Circo viu a sua lotação máxima descer de cerca de 900 para 521 lugares, uma realidade que, enquanto se mantiver, inviabiliza a contratação de espetáculos “mais caros”.

Nos últimos anos, a média de espetadores andou à volta dos 100 mil, um número que este ano será, necessariamente, muito mais baixo, fruto dos meses em que as portas estiveram fechadas e das restrições em vigor.

Segundo Ricardo Rio, o Theatro Circo estava a viver “um período continuamente muito positivo” da sua atividade até à fase da pandemia, registando uma programação eclética, diversificada e que ia ao encontro de diferentes tipologias de públicos”, de dentro e fora do concelho.

“Ao longo dos últimos anos, a programação tem conseguido ter uma adesão superior ou muito próxima dos 100 mil espetadores por ano, um número marcante para uma sala de espetáculos com capacidade para perto de 900 lugares”, referiu.

O autarca destacou ainda que o Theatro é também “um catalisador de outras dinâmicas” e participa ativamente na articulação de projetos “de grande importância para a cidade”, como o Braga Cultura 2030 ou a Braga Media Arts.

Ricardo Rio realçou igualmente o “arrojo” com que o Theatro Circo assume responsabilidades adicionais.

“A partir de setembro, o Theatro passa a coordenar a rede de espaços culturais de natureza programativa sob a alçada do município, com a incorporação do [edifício] ‘gnration’ e a preparação do novo Media Arts Center, que ficará localizado no antigo Cinema São Geraldo”, disse.

Em agosto, o Theatro estará fechado, reabrindo em setembro com uma programação que inclui múltiplas atuações de artistas portugueses, a começar no dia 05 com Miguel Ângelo, que vai ter Filipe Sambado e Chinaskee como convidados

Uma semana depois, o Theatro Circo recebe Moullinex, com a convidada Selma Uamusse, seguindo-se, no dia 18 de setembro, David Bruno, a apresentar o mais recente álbum, “Raiashopping”.

No dia seguinte, sobem ao palco da sala da Avenida da Liberdade Medeiros/Lucas, com Rui Souza ao piano, enquanto Rui Massena fecha o mês de setembro no dia 26.

Ainda em setembro, o monólogo teatral “A Grande Vaga de Frio”, com Isabel Silvestre, é encenado no dia 11.