Inglaterra vai entrar no terceiro confinamento nacional, anunciou, esta segunda-feira, o primeiro-ministro britânico.

Quase 56 milhões de pessoas vão voltar a confinar em Inglaterra, até meados de fevereiro, nesta que é uma nova tentativa do Governo de combater o crescimento do número de contágios por covid-19. Boris Johnson justificou a medida com o “momento crítico” que o país atravessa, notando o “ritmo alarmante” com que a doença se está a propagar. A nova variante do vírus é “entre 50 e 70% mais transmissível” e são necessárias medidas “fortes o suficiente” para travá-la.

“O Governo está a dar instruções novamente para ficarem em casa. Só poderão sair de casa por motivos restritos previstos na lei, como comprar bens essenciais, trabalhar se não o puderem fazer de casa, fazer exercício, receber assistência médica, ou fugir de situações de violência doméstica”, anunciou o primeiro-ministro britânico, numa comunicação ao país, ao fim do dia desta segunda-feira.

O confinamento de mais seis semanas, que inclui o fecho das escolas, entra em vigor na quarta-feira, no mesmo dia em que o Parlamento reunirá extraordinariamente para aprovar as medidas. Um dia antes, medidas semelhantes vão ser implementadas na Escócia.

Com mais de 75 mil mortes e 2,6 milhões de casos desde o início da pandemia, o Reino Unido registou, face a domingo, mais 407 mortes e 58.784 novos casos – este último número é o mais alto desde o início da pandemia no país e e representa o sétimo dia consecutivo em que os novos contágios superam os 50 mil. Na última semana, a média diária de casos aumentou 50% e a de mortes 21%. Na mesma linha, a pressão hospitalar registou um pico, com os internamentos a aumentarem 30%. “É claro que precisamos de fazer mais juntos”, disse Johnson.

Para já e até quarta-feira, vigora no país um sistema de restrições por níveis. Quase 80% da população encontra-se atualmente no nível 4, o mais elevado da escala, que determina o encerramento do comércio não essencial e recomenda que as pessoas fiquem em casa, mas prevê o funcionamento de escolas e universidades.