Os preços dos combustíveis dispararam nas últimas semanas, atingindo os níveis mais altos da última década, devido aos receios de uma redução na oferta, provocada pela invasão russa da Ucrânia.

A TAP anunciou, esta quinta-feira, que vai aumentar a sobretaxa de combustível devido à subida do preço do petróleo, indicando que “a curto prazo, é inevitável que os preços das viagens” subam, de acordo com um comunicado.

“Em consonância com outras grandes companhias aéreas, a TAP Air Portugal vai aumentar a taxa YQ (conhecida como taxa de combustível) devido ao aumento do preço do ‘jetfuel’ [combustível para aviação], um dos principais fatores de custo na aviação”, referiu.

“Alguns analistas preveem para o setor da aviação um impacto ‘extremo’ causado por este aumento brutal do combustível, mas acredita-se que, a longo prazo, a situação poderá estabilizar. No entanto, a curto prazo, é inevitável que os preços das viagens aumentem”, explicou.

Na mesma nota, a companhia disse que “quer manter a sua competitividade e continuará a acompanhar a evolução da situação em permanência, tomando as medidas mais adequadas em matéria de preços para cada momento e em cada rota específica”.

De acordo com a empresa, no período do verão IATA, “que começa a 27 de março, a TAP irá repor cerca de 90% da capacidade que oferecia antes da pandemia, com a expectativa de que a procura acompanhe este aumento da oferta”.

“Os preços terão sempre de manter o equilíbrio, para que não reduzam a procura de viagens, assegurando ao mesmo tempo a sustentabilidade dos voos operados pela TAP”, rematou.

Esta quarta-feira, a RENA – Associação Representativa das Companhias Aéreas em Portugal admitiu que, se o preço do combustível para aviões se mantiver elevado, “é razoável esperar” que se reflita nos resultados das companhias aéreas e nos preços aos clientes.

“Se o preço do combustível para aviões a jato se mantiver tão elevado, então, com o tempo, é razoável esperar que isso se reflita nos resultados das companhias aéreas e, consequentemente, nos preços aos clientes”, disse o presidente da RENA, Paulo Geisler, em resposta escrita à Lusa.

Segundo o responsável, “a absorção do aumento do preço dos combustíveis tem sempre um impacto muito grande nos custos” das companhias aéreas, sobretudo numa altura em que a indústria da aviação está ainda a recuperar da crise causada por dois anos de pandemia.

O presidente da RENA realçou que o aumento do preço dos combustíveis “é mais um enorme desafio”.

Adicionalmente, para evitar o espaço aéreo russo, na sequência do conflito na Ucrânia, após a invasão da Rússia àquele país, “o custo adicional de reencaminhamento dos voos com o forte aumento dos preços do petróleo poderá originar uma subida dos preços dos bilhetes e das tarifas de carga aérea”, acrescentou Paulo Geisler.