As duas irmãs de Tarrasa, em Barcelona, foram chamadas ao Paquistão sob o pretexto de que a sua mãe estava no leito de morte e queria vê-las: segundo relatou esta terça-feira o jornal ‘Dawn’, o jornal oficial do Paquistão, as duas jovens foram brutalmente assassinadas pelos seus familiares próximos em Gujrat, vítimas de uma chantagem emocional que acabou com as suas vidas, relatou o diário espanhol ‘ABC’.

Tudo começou há alguns meses, quando Azra Bibi, mãe das meninas, viajou de Espanha para o Paquistão preocupada com o paradeiro do seu filho mais novo, Fakhar Abbas, do qual não tinha notícias há algum tempo. Azra Bibi deixou o marido, Muhammad Abbas, em Espanha e viajou para Gujrat, na província de Punjab, onde a esperava um plano organizado por alguns membros da sua família para assassinar as suas duas filhas, Arooj e Aneesa Abbas.

Essas meninas viviam na cidade catalã há anos, eram contra casamentos forçados com os seus primos do Paquistão e repetidamente exigiram o divórcio. Essa exigência não agradou à sua família em Punjab, que queria que acelerassem o processo burocrático para que os seus maridos se mudassem para Espanha. Assim, os dois irmãos mais velhos, Shehryar e Asfandyar Abbas, receberam a sua mãe em Gujrat e mantiveram-na incomunicável por mais de dois meses para preocupar as filhas.

Para ‘defender a honra da sua família’, ligaram para Arooj e Aneesa e disseram que a mãe estava muito doente e que deveriam ir imediatamente ao Paquistão para se despedir dela. Uma vez lá chegadas, as irmãs foram arrastadas pelos suspeitos, que lhes colocaram lenços no pescoço para as asfixiar e depois dispararam sobre elas – isto diante das crianças da casa.

“Tenho duas filhas mortas e dois filhos presos: não sei o que pensar”, lamentou Ghulam Abbas, pai de Arook e Anisa, em declarações ao jornal ‘El País’, comentando que as duas irmãs saíram de casa após pressão contínua de Shehryar, um dos seus irmãos e aquele que seria um dos principais autores do duplo homicídio.