A economia grega vai crescer 2,4% este ano e 1,9% em 2024, impulsionada principalmente por um mercado de trabalho resiliente e pela implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), segundo as previsões da Comissão Europeia, hoje divulgadas.
Segundo as previsões da primavera, divulgadas hoje em Bruxelas, apesar da crise energética e das pressões inflacionistas associadas ao longo do ano, a economia grega cresceu 5,9% em 2022, devido a um consumo privado dinâmico, a uma atividade de investimento significativa e ao impulso dado pela retoma do turismo durante a época de Verão.
A Comissão prevê que a inflação na Grécia, que atingiu 9,3% em 2022, abrande para 4,2% este ano e desça para 2,4% em 2024 devido à descida dos preços da energia.
Em relação à taxa de desemprego grega, Bruxelas antecipa uma descida gradual, para 12,2% em 2023 e 11,8% em 2024, depois de se ter cifrado em 12,5% em 2022.
No que diz respeito ao défice do Estado, Bruxelas perspetiva uma melhoria graças à melhoria da cobrança de receitas, prevendo que caia de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 para 1,3% este ano e 0,6% em 2024.
O défice do Estado em 2022 foi significativamente inferior ao previsto, atingindo 2,3% do PIB, contra 4,1% do PIB previstos no outono, refere Bruxelas, adiantando que o saldo primário registou um excedente de 0,1% do PIB.
“Esta melhoria deve-se, principalmente, a receitas fiscais melhores do que o previsto, em especial do imposto sobre o valor acrescentado e dos impostos diretos”, sublinha a Comissão Europeia.
Bruxelas antecipa o mesmo cenário de melhoria gradual para a dívida pública da Grécia, apoiada pelo aumento nominal do PIB e pelo excedente primário em 2024, prevendo que esta caia de 171,30% do PIB em 2022 para 160,2% em 2023 e 154,4% em 2024.
A Comissão refere ainda que as perspetivas orçamentais da Grécia continuam sujeitas a riscos, explicando que os de abrandamento decorrem de processos judiciais pendentes, nomeadamente os processos de litígio contra a empresa pública de propriedades ETAD.
Em contrapartida, Bruxelas afirma que se a melhoria do cumprimento das obrigações fiscais continuar, as receitas poderão ser mais elevadas do que o atualmente previsto.