Apesar de se ter sentido “muito seguro” quando viajou até ao Titanic, em 2021, o investidor ressalvou que a experiência “não é uma atração da Disney”, uma vez que leva pessoas “onde muito poucas já estiveram”.

Aaron Newman, investidor na empresa OceanGate que participou numa expedição ao Titanic em 2021, salientou, na quarta-feira, que a viagem “não é uma atração da Disney”, ainda que tenha garantindo que se sentiu “muito seguro”. O antigo passageiro apontou ainda que os cinco tripulantes do submarino desaparecido desde domingo não podem ser considerados “turistas”, tendo em conta que “estão a fazer tudo para se manter vivos”.

“Não consideraria nenhuma destas pessoas turista – turista é um termo tão mau. São pessoas que vivem no limite e adoravam o que estavam a fazer. Se está a acontecer alguma coisa, são pessoas que estão calmas, a pensar de forma ponderada, e a fazer tudo o que podem para se manter vivos”, disse Newman, em declarações ao TODAY.

Apesar de se ter sentido “muito seguro” quando viajou até ao Titanic, em 2021, o investidor sublinhou que a experiência “não é uma atração da Disney”, uma vez que leva pessoas “onde muito poucas já estiveram”.

“Há riscos, certo? E sabemos isso, mas estas pessoas aceitaram-no”, argumentou, ressalvando que a equipa que o acompanhou era “profissional e treinou muito”.

“O nosso foco é esperar por um fim de Hollywood. Sabemos que a Guarda Costeira e toda a gente está a trabalhar muito. E a equipa do OceanGate está a trabalhar o mais possível para encontrar o submarino”, complementou.

Newman recordou que a jornada até aos destroços do Titanic é semelhante a “ir a outro planeta”, num “tubo que é confortável, mas não é espaçoso”.

“Na superfície, quando entramos, fica muito quente e abafado, por isso estamos deitados e temos pouco mais do que uma merenda connosco e um pouco de água”, disse.

Contudo, à medida que o submersível afunda, a temperatura desce progressivamente, e a escuridão reina.

“Quando chegamos ao fundo, a água é gelada. Tivemos de nos agasalhar – tínhamos gorros e estávamos a fazer tudo para nos mantermos quentes”, lembrou.

O submersível transportava o empresário e explorador Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, além do CEO da OceanGate, Stockton Rush, bem como o especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet.

As 96 horas estimadas de oxigénio disponível chegaram ao fim pelas 12h08 mas, segundo especialistas, este valor é vago e impreciso, uma vez que o tempo de oxigénio pode variar em função de diversos fatores.

Na quarta-feira, um avião canadiano detetou sons subaquáticos durante as operações de busca do submersível, o que fez com que esforços de busca fossem reorientados.

Além de um conjunto internacional de navios e aviões, um robô subaquático começou a fazer buscas nas imediações do Titanic e há um esforço para enviar equipamento de salvamento para o local, no caso de o submarino ser encontrado.

Três aviões de transporte C-17 das forças armadas norte-americanas foram utilizados para transportar submersíveis comerciais e equipamento de apoio. As forças armadas canadianas disponibilizaram um avião de patrulha e dois navios, tendo ainda lançado boias de sonar para detetar quaisquer sons do Titan.

Os restos do Titanic – que afundou após colidir com um iceberg, em 1912 – estão a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a uma distância de aproximadamente 640 quilómetros a sul da ilha canadiana de Terra Nova.

A comunicação perdeu-se quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, segundo o Centro de Coordenação de Salvamento Conjunto do Canadá.