Os atores podem vir a juntar-se em breve aos protestos dos guionistas. Desejo de ter melhores termos contratuais e receio do que possa significar o desenvolvimento de Inteligência Artificial são algumas das questões.
O Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA) anunciou esta quarta-feira, dia 12, que não conseguiu chegar a um acordo com alguns dos principais estúdios de produção de filmes e séries com serviços de streaming – como a Disney, a Paramount, a Warner, a Sony, a Netflix e a Amazon.
O sindicato em questão, que representa cerca de 160 mil atores, poderá então juntar-se aos guionistas na greve que está, neste momento, no seu terceiro mês. A confirmar-se, significa que o sindicato dos atores e dos guionistas podem vir a estar unidos novamente numa greve pela primeira vez desde 1960.
O descontentamento do sindicato dos atores está relacionada com a ascensão dos serviços de streaming e o desejo de conseguir melhores condições de trabalho e de remuneração. Além disso, o desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA) também é visto como uma “ameaça existencial para as profissões criativas”.
Se a greve dos guionistas fez com que várias produções de séries de serviços de streaming tivessem de ser suspensas, é provável que a situação se agrave com os atores a entrarem em protesto.
Expectativas irrealistas?
Entretanto, o CEO da Disney, Bob Iger, veio a público afirmar durante uma entrevista na CNBC que as expectativas dos atores e dos guionistas não estão a ser “realistas” e que acha toda a questão “perturbadora”.
“Já conversámos sobre as forças disruptivas nesta área e de todos os desafios com que estamos a lidar, a recuperação da Covid que ainda está a acontecer, não estamos completamente de volta”, afirmou Iger de acordo com a revista Variety. “Esta é a pior altura que podia haver para agravar a situação”.
O presidente executivo da Disney, que manterá o cargo pelo menos até 2026, declarou contou ainda que os estúdios conseguiram negociar bons termos com o sindicato dos realizadores e que o objetivo é fazer o mesmo com os guionistas e atores.
“Há um nível de expetativa que eles têm que simplesmente não é realista. E estão a agravar os desafios que esta área já tem e que, sejamos francos, são muito, muito disruptivos”, notou Iger.