Detido por atear dezenas de incêndios em Ponte da Barca

O suspeito será presente a primeiro interrogatório judicial na quinta-feira para conhecer as medidas de coação tidas por adequadas.

Um homem de 28 anos foi detido na quarta-feira, indiciado pela prática de vinte crimes de incêndio florestal, ocorridos entre 9 de abril e 28 de agosto, em diversas freguesias do concelho de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo.

“Durante o referido período de tempo, várias freguesias do concelho de Ponte da Barca, designadamente Vila Nova de Muía, Touvedo, Paço Vedro Magalhães, Vila Chã e Lindoso, foram sistematicamente atingidas por uma onda simultânea de incêndios florestais, causando alerta entre a população local”, refere a Polícia Judiciária em comunicado.

Alguns dos fogos “ocorreram em zona integrante do Parque Nacional da Peneda-Gerês” e outros, mais recentes afetaram a “área localizada em Touvedo, consumindo mais de uma centena de hectares de floresta”.    

Após serem realizadas diligências, a PJ conseguiu identificar o alegado autor dos crimes.

Um indivíduo, de 28 anos de idade, o qual, por fascínio pelo fogo, ora se introduzindo na floresta, ora fazendo uso da sua viatura pessoal, sobretudo em período da tarde, através de chama direta, circulava por aquele território e procedia a inúmeras ignições“, revela a nota.

A PJ acredita que “o arguido seja responsável por dezenas de incêndios lavrados nas freguesias identificadas e noutras” nos últimos anos.

“Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente, com elevado potencial de destruição de área natural pertencente ao PNPG”, acrescenta a Judiciária.

O suspeito foi detido fora de flagrante delito e será presente a primeiro interrogatório judicial na quinta-feira para conhecer as medidas de coação tidas por adequadas.