No próximo ano, os cidadãos terão de trabalhar até aos 66 anos e 4 meses para se reformarem, e em 2025, a idade para a reforma será estendida até aos 66 anos e sete meses, de acordo com a estimativa provisória da esperança de vida aos 65 anos divulgada esta quarta-feira pelo INE. Isso implica que nos próximos dois anos, os portugueses terão de aguardar até essa idade para requererem a reforma sem cortes.
“No triénio 2021-2023, o valor provisório da esperança de vida aos 65 anos foi estimado em 19,75 anos, apresentando um aumento de 0,14 anos relativamente ao triénio 2020-2022”, refere o relatório do INE.
Esta idade aplica-se a pessoas que não estão abrangidas pelo regime das longas carreiras contributivas ou àquelas que, aos 60 anos de idade, têm pelo menos 40 anos de descontos, sendo-lhes calculada uma idade pessoal de reforma sem penalizações com base na sua carreira contributiva.
Além disso, o corte das pensões antecipadas irá agravar-se. Os dados agora publicados indicam um aumento do corte do fator de sustentabilidade para 15,8% no próximo ano, tornando mais significativa a redução das pensões para quem deseja reformar-se mais cedo.
A este corte, acresce ainda uma penalização de 0,5% por cada mês de antecipação em relação à idade normal de acesso à reforma por velhice. Vale a pena destacar que o sistema de pensões atualmente em vigor comporta várias situações em que o corte pelo fator de sustentabilidade não é aplicado, mesmo para aqueles que acedem à pensão antes da idade normal. Isso inclui pessoas que, ao atingirem os 60 anos, completam 40 anos de carreira contributiva, sendo-lhes aplicada uma penalização de 0,5% por cada mês de antecipação. Aqueles que preenchem as condições do regime das muito longas carreiras contributivas, ou seja, trabalhadores com 60 ou mais anos de idade e 46 ou mais anos de descontos, e que começaram a trabalhar antes dos 16 anos, podem reformar-se sem qualquer penalização.