Agentes da PSP e GNR expressam frustração por falta de resposta do governo a reivindicações, com a situação agravada por adiamentos de jogos de futebol devido a falta de policiamento

Numa manifestação de descontentamento crescente, os profissionais da segurança pública em Portugal, incluindo agentes da PSP e da GNR, lamentam a necessidade de um jogo de futebol para que suas vozes sejam finalmente ouvidas pelo Governo. A recente falta de policiamento, que resultou no adiamento de importantes jogos de futebol, incluindo o Famalicão-Sporting, trouxe à tona os protestos em curso das forças de segurança, que buscam melhores condições de trabalho e atualizações salariais.

Na sequência dos acontecimentos, o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ordenou um inquérito urgente e convocou uma reunião com os comandantes da PSP e da GNR. Paralelamente, cerca de trezentos polícias reuniram-se em frente ao Ministério da Administração Interna em solidariedade durante o encontro, numa clara demonstração de união e determinação na luta por seus direitos.

José Miguel, vice-presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR), expressou a frustração com a demora do governo em responder às reivindicações dos agentes, contrastando com a rápida atenção dada aos protestos de outros setores. “É desolador que apenas um jogo de futebol nos tenha dado visibilidade”, desabafou.

A situação atingiu um ponto crítico com o adiamento de mais um jogo, desta vez entre Leixões e Nacional, devido à falta de condições de segurança, refletindo a gravidade do descontentamento e da exaustão entre os profissionais da segurança.

Os agentes das forças de segurança exigem um suplemento remuneratório equivalente ao concedido à Polícia Judiciária, sublinhando que as baixas médicas, vistas por alguns como protestos, são resultado do elevado stress enfrentado no cumprimento do dever, e não atos de fraude.

A Plataforma dos Sindicatos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Associações da Guarda Nacional Republicana (GNR) enviou um ofício ao Primeiro-Ministro, alertando para o extremar de posições e a possibilidade de ações de protesto alcançarem proporções indesejáveis.

Este cenário de tensão reflete não apenas as demandas específicas por justiça salarial e melhores condições de trabalho, mas também uma crise mais profunda de reconhecimento e valorização dos profissionais responsáveis pela segurança pública em Portugal. O governo enfrenta agora o desafio de responder de forma eficaz a estas reivindicações, numa tentativa de restaurar a normalidade e o respeito mútuo entre as instituições e seus servidores.