Sindicato dos Enfermeiros Portugueses exige alteração das grelhas salariais e melhores condições de trabalho
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) convocou hoje uma greve nacional para o dia 2 de agosto, em protesto contra o incumprimento da apresentação da proposta de alteração das grelhas salariais por parte do Ministério da Saúde.
“O compromisso de apresentação de uma proposta de alteração à grelha, por parte do Ministério da Saúde, continua por cumprir”, afirmou o sindicato, explicando que a paralisação irá abranger os turnos da manhã e da tarde.
Em comunicado, o SEP sublinhou a importância de iniciar a valorização dos enfermeiros e a melhoria das suas condições de trabalho já no dia 18 de julho, data marcada para o arranque das negociações com o Ministério da Saúde. Este processo negocial foi acordado no início do mês e inclui o calendário e as matérias a serem discutidas.
O sindicato enfatizou que a resolução das “injustiças relativas” que os enfermeiros enfrentam depende de orientações claras para as administrações das Unidades Locais de Saúde, o que até agora não foi cumprido, comprometendo o desenvolvimento profissional e salarial destes profissionais.
O SEP denuncia ainda que os enfermeiros são frequentemente convocados a nível nacional para trabalhar horas extras que, na maioria dos casos, não são devidamente pagas ou são remuneradas como trabalho normal. “É obrigatório que lhes seja permitido tempo de descanso”, reivindica o sindicato, alertando que o recurso sistemático ao trabalho extraordinário para compensar a falta de enfermeiros agrava o “risco e a penosidade do exercício da profissão”.
O sindicato defende também que a carga horária semanal dos enfermeiros deve ser de 35 horas.
Nas últimas semanas, várias greves setoriais de enfermeiros têm sido realizadas, incluindo paralisações em centros de saúde da região de Lisboa e em hospitais privados.
Além desta greve dos enfermeiros, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) convocou uma greve nacional para os dias 23 e 24 de julho, manifestando desacordo com o calendário de negociações das tabelas salariais proposto pelo Governo. A Fnam também anunciou uma paralisação ao trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários a partir de 23 de julho e até 31 de agosto.