Governo Abandona Plano de Atendimento às Grávidas nas Urgências

Ministério da Saúde recua na medida que obrigava grávidas a tocar campainha para serem atendidas sem referência prévia

O Ministério da Saúde decidiu desistir da proposta que exigia que as grávidas, sem encaminhamento prévio, tocassem uma campainha à entrada das urgências obstétricas para serem atendidas. Esta informação foi divulgada pelo jornal Expresso na última sexta-feira, após a Comissão Nacional da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente ter encerrado os trabalhos sobre o plano de cuidados para grávidas e crianças, excluindo esta medida controversa.

Inicialmente, a ideia era que as urgências obstétricas restringissem o acesso às grávidas não referenciadas. Assim, ao tocar a campainha, a porta seria aberta por um enfermeiro, que avaliaria a situação e decidiria se a grávida poderia entrar ou se deveria ser direcionada para uma consulta. Este sistema visava, segundo as autoridades, aliviar a pressão sobre os serviços de urgência, que têm enfrentado uma crise significativa.

O presidente da Comissão, Alberto Caldas Afonso, havia anunciado a implementação deste modelo na região de Lisboa, com um plano de alargamento a outras zonas do país nas semanas seguintes. Durante um período experimental de três meses, as grávidas teriam de contactar a linha SNS Grávida, que as orientaria em relação a autocuidados ou agendaria consultas em cuidados primários ou no hospital local. Se necessário, a chamada poderia ser transferida para um enfermeiro especialista em saúde materna e obstétrica.

A decisão de abandonar esta medida reflete a preocupação com o impacto que poderia ter na saúde e no bem-estar das grávidas. Muitas críticas foram levantadas sobre a possibilidade de dificultar o acesso a cuidados de emergência, especialmente em situações críticas, onde cada minuto conta. O governo terá agora de repensar alternativas que possam melhorar o atendimento nas urgências sem colocar em risco a saúde das gestantes.

Com esta decisão, o governo reafirma o seu compromisso com o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde, especialmente em áreas tão sensíveis como a saúde materna e infantil.

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