O vencedor das legislativas do passado domingo, deverá escolher duas mulheres para lugares-chave no Parlamento, avança o ‘Diário de Notícias’ (DN), que apesar de ainda não ter sido feita a apresentação oficial, já dá “como garantido” dois nomes.

Segundo a mesma publicação, Ana Catarina Mendes vai continuar como líder parlamentar dos socialistas e Edite Estrela será a candidata do PS a presidente da Assembleia da República.

No que diz respeito a Edite Estrela, o seu lugar neste cargo foi encarado com preocupação, perante a possibilidade de o lugar que ainda é de Ferro Rodrigues não recolher apoio maioritário quando fosse a votos no Parlamento, adianta o jornal. Com a maioria absoluta alcançada, isso já não é problema.

Já quanto a Ana Catarina Mendes também houve alguma especulação sobre se poderia deixar a sua carreira política, transitando para um cargo governativo. No entanto, segundo o ‘DN, o seu irmão António Mendonça Mendes deverá ser reconduzido no cargo de secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e Costa não quer dois familiares no mesmo governo.

Assim, adianta o jornal, Ana Catarina Mendes deverá manter-se líder parlamentar do PS, esperando-se que contribua para o esforço que António Costa diz querer fazer de “reabilitar a ideia de maioria absoluta”, devendo a deputada ter a missão de manter as portas abertas ao diálogo do PS com os partidos à esquerda.

Composição do Governo é segredo guardado

Não há ainda qualquer certeza sobre a composição do executivo de António Costa, com o seu gabinete a esclarecer até, num comunicado enviado às redações, que “são puras especulações, quaisquer notícias sobre intenções do Primeiro Ministro, que não resultem de declarações do próprio ou de nota deste gabinete”.

O que já se sabe, neste momento, é quem não vai ocupar lugares no Governo de Costa: A pasta da Justiça vai ficar vaga dada a indisponibilidade pública já manifestada pela atual ministra, Francisca Van Dunem; também o ministério da Administração Interna ficou vago com a saída de Eduardo Cabrita.

Recorde-se que o PS conseguiu uma vitória histórica nas legislativas de domingo, alcançando a maioria absoluta e uma vantagem superior a 13 pontos sobre o PSD, numa noite que consagrou a extrema-direita do Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, António Costa alcançou a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005, deixando de depender dos antigos parceiros da ‘Geringonça’ ou de quaisquer outros para aprovar Orçamentos do Estado ou outras leis na Assembleia da República.

À direita, a noite foi de vitória para os partidos mais jovens, Chega e Iniciativa Liberal, e de derrota para os tradicionais, PSD e CDS-PP, que viram os respetivos líderes a colocar o cenário de demissão.

A extrema-direita do Chega, com 7,1% e 12 deputados, passou a ser a terceira força representada no parlamento. A Iniciativa Liberal a quarta, com 5% e oito mandatos na Assembleia da República.

O CDS-PP também fez história ao desaparecer do parlamento. Com 1,6% dos votos e sem eleger qualquer deputado pela primeira vez em 47 anos de democracia, o líder do CDS-PP foi a segunda “vítima” da noite eleitoral e anunciou a demissão.