A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ganhou um novo capítulo esta semana, com Washington a anunciar um aumento das tarifas sobre produtos chineses para um total de 145%. A informação, inicialmente avançada por meios de comunicação norte-americanos, foi confirmada pela Casa Branca esta quinta-feira.
O aumento resulta da adição de 125% nos direitos aduaneiros recentemente anunciados por Donald Trump, que se somam aos 20% já em vigor desde o início de março. A nova medida insere-se na estratégia de combate ao tráfico de fentanil, substância altamente viciante e responsável por uma grave crise de saúde pública nos EUA, segundo detalha o decreto divulgado por Washington.
O documento também prevê uma suspensão parcial de algumas tarifas aplicadas a países aliados, numa tentativa de aliviar tensões comerciais. A suspensão será válida por 90 dias e poderá aplicar tarifas reduzidas de 10% em determinados casos. Esta decisão surge após negociações com vários países, à exceção da China, que optou por retaliar em vez de negociar.
O anúncio gerou impacto imediato nos mercados, com a bolsa de Lisboa a abrir em forte alta esta quinta-feira, refletindo a instabilidade gerada por esta nova fase do conflito comercial.
Em resposta, o Governo chinês reafirmou a sua posição firme face às medidas de Washington. “Não há vencedores numa guerra comercial”, reiterou o Ministério do Comércio chinês, reforçando que, embora a China não deseje uma escalada, “não ficará de braços cruzados” perante o que considera violações dos seus direitos legítimos.
Pequim garantiu ainda que está preparada para “lutar até ao fim”, com determinação e os recursos necessários para enfrentar a pressão norte-americana. A tensão entre as duas maiores economias do mundo volta, assim, a intensificar-se, num cenário que pode ter consequências económicas globais nas próximas semanas.